O Conhecimento Geográfico: Importância e Breve Histórico
A Importância da Geografia
A Importância da Geografia está relacionada à necessidade de se conhecer o espaço geográfico. Este pode ser entendido como o espaço produzido pelo homem e que está em constante transformação ao longo do tempo. Podemos dizer, então, que o espaço geográfico possui um caráter histórico e, por isso, é capaz de contar a história e as características da ação humana sobre o meio em que vive. Além do mais, também é campo de estudo da Geografia toda a dinâmica superficial da Terra.
Na segunda metade do século XX, foi criada nos Estados Unidos a expressão analfabetismo geográfico, em face da ignorância geral da população daquele país diante dos conhecimentos propostos pela Geografia. Muitos investidores cometiam erros por não conhecerem a língua, os costumes e a cultura de um determinado lugar. Estudiosos em várias áreas padeciam por não conhecerem a dimensão espacial de seus estudos, a exemplo de muito economistas, cientistas políticos e sociólogos
A importância da Geografia, entretanto, não está somente nos conhecimentos sobre os nomes de países, suas capitais, dados populacionais, moeda, religião etc., mas também em explicar a dinâmica das ações no espaço, que não desvinculam do tempo. Por exemplo: a dinâmica da transformação dos espaços na cidade, a lógica da produção agrária, a distribuição dos movimentos sociais, a estrutura geomorfológica superficial da Terra, entre outros.
Os primeiros registros de conhecimentos geográficos são encontrados em relatos de viajantes no século V a.C. Um famoso exemplo de viajante daquela época foi o grego Heródoto, o pai da história. O conhecimento dos cidadãos da Grécia Antiga a respeito da Terra era grandemente avançado. Especialistas em filosofia como Pitágoras e Aristóteles tinham a crença de que a Terra era redonda. No século III a.C., Eratóstenes de Cirene foi o primeiro a utilizar a palavra Geografia. Esta palavra aparece escrita numa obra de domínio público denominada Geografia. O cientista grego fez o cálculo da circunferência da Terra com aproximação gigantesca.
Os primeiros registros de conhecimentos geográficos são encontrados em relatos de viajantes no século V a.C. Um famoso exemplo de viajante daquela época foi o grego Heródoto, o pai da história. O conhecimento dos cidadãos da Grécia Antiga a respeito da Terra era grandemente avançado. Especialistas em filosofia como Pitágoras e Aristóteles tinham a crença de que a Terra era redonda. No século III a.C., Eratóstenes de Cirene foi o primeiro a utilizar a palavra Geografia. Esta palavra aparece escrita numa obra de domínio público denominada Geografia. O cientista grego fez o cálculo da circunferência da Terra com aproximação gigantesca.
Os objetivos e utilidades da Geografia
A Geografia tem como objetivo principal entender a dinâmica do espaço para auxiliar no planejamento das ações do homem sobre ele. Entender as formas de relevo, os fenômenos climáticos, as composições sociais, os hábitos humanos nos diferentes lugares são imprescindíveis para a manutenção da vida em sociedade.
Essa ciência foi – e ainda é – muito utilizada para fins militares, uma vez que se faz extremamente necessário o conhecimento sobre um determinado território para a sua ocupação ou para se adquirir vantagens em uma batalha ou guerra. Por conta disso, no ano de 1977, o geógrafo Yves Lacoste escreveu uma obra intitulada A Geografia serve – antes de mais nada – para fazer a Guerra, reafirmando a utilidade militar e política da Geografia, bem como o seu caráter extremamente ideológico de manutenção e consolidação do sistema capitalista.
Entretanto, com a evolução das críticas, conforme destaca Ruy Moreira em seu livro Pensar e Ser em Geografia, essa ciência também passou a ser utilizada para desvendar as máscaras sociais, uma vez que ela revela como os sistemas econômicos, políticos, ideológicos e sociais se manifestam sobre as pessoas e sobre o espaço. Temas como a segregação espacial, o processo de favelização, a evolução e espacialização da violência e marginalidade são estudados e explicados em suas raízes pela Geografia, o que pode auxiliar no planejamento social, bem como nas críticas e ações populares que auxiliem no combate a este e outros problemas socioespaciais.
A Geografia na Idade Média
A
Geografia sofreu um retrocesso na idade média. o estabelecimento do feudalismo
e o fortalecimento político da igreja
católica mudaram a dinâmica dos estudos que vinham sendo feito até
então.
Do
ponto de vista do feudo, o espaço visível passou a ser muito reduzido, as
pessoas tinham uma limitação geográfica de seus espaços conhecidos, uma vez
que, nasciam, viviam e cresciam em função das relações feudais.
A
crise do sistema feudal impulsionou a atividade comercial na Europa. Era
fundamental ampliar os horizontes geográficos para conquistar novos mercados
por meio de ofertas e de novos produtos.
Essa necessidade, levou muitos comerciantes a investir nas expedições
marítimas. Nascia assim, o período das grandes navegações e da expansão
Ibérica, o que foi fundamental para o renascimento da geografia.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA IDADE
MÉDIA:
Periodização:
476 d.C. a 1453 d.C;
declínio
do comércio e avanço da práticas agrárias ( agricultura e pecuária);
regressão do conhecimento científico e
geográfico;
escassa
circulação monetária;
forte
poder da igreja;
A Geografia na Idade Moderna
A
Idade Média também era conhecida como idade das trevas, porque o conhecimento
parou de avançar.
De
certa maneira se pode afirmar que a Geografia Moderna nasceu na América duran- te o século XVI, no esforço de conhecer,
descrever, estudar e organizar as novas terras descobertas. Humboldt escreveu
num texto conhecido e significativo:
“Em
nenhuma outra época desde a fundação das sociedades o círculo das ideias se
ampliou de forma repentina e maravilhosa, no que se refere ao mundo exterior e
às relações de espaço. Jamais se sentiu com tanta veemência a necessidade de
observar a Natureza em latitudes diferentes e em diversos graus de altitude do
nível do mar, nem de multiplicar os meios cuja virtude pode obrigá-la a revelar
seus segredos”.2
O
impacto da América sobre a ciência européia pode mostrar como a geografia,
assim como outros ramos científicos, se viu afetada pelo conhecimento do Novo
Mundo num processo de fluxo e refluxo no qual as idéias renascentistas, de
raízes clássicas e medievais, serviram como ponto de partida para a observação
e interpretação da realidade, mas resultaram profundamente transformadas pelo
contato com a mesma.
A Geografia na Idade Contemporânea
Durante
Idade Contemporânea a Geografia passou por uma considerável evolução, que teve
a participação de importantes geógrafos germânicos, como Alexander Von Humboldt
(1769-1859), autor da Descrição Física do Mundo, e Friederich Ratzel
(1844-1904), considerado o pai da Geografia Humana.
Por
volta de 1850, os geógrafos franceses começam a ser notados, um dos mais
importantes foi Paul Vidal de La Blache (1845-1918), autor dos Princípios da
Geografia Humana e de um Atlas Geral.
Existem
cinco princípios metodológicos que fundamentam a Geografia:
Princípio
de extensão:
Por
meio do qual se devem localizar os fatos estudados, determinado-lhes a área
geográfica. (Ratzel)
Princípio
da analogia ou da Geografia Geral:
Que
permite a generalização dos fatos semelhantes. (Ritter e Vidal de La Blache)
Princípio
da casualidade:
Por
meio do qual se devem buscar as causas e examinar as possíveis consequências
dos fatos examinados. (Humboldt)
Princípio
da conexidade ou interação:
É
preciso identificar as relações locais e interlocais, pois os fatos nunca estão
isolados e sim ligados entre si. (Brunhes)
Princípio
da atividade:
O
fato tem caráter dinâmico, daí a necessidade do conhecimento do passado para a
exploração do presente e previsão de sua evolução futura. (Brunhes)
A Geografia nos Séculos XX
O
mundo se modificou muito durante o séc. XX. O desenvolvimento de novas
ideologias, as duas Guerras Mundiais, o surgimento dos países socialistas, o
confronto entre países socialistas e capitalistas, a segunda e a terceira
revolução tecnológica foram algumas dessas mudanças. Surgem também, novas
correntes de pensamento que procuravam melhor definir a Ciência Geográfica.
Vejamos:
a)
Max Sorré (1880-1962), francês, desenvolveu a ideia de que a geografia deve
estudar as diferentes maneiras com as quais o homem organiza o seu meio. Surge
a Ecologia Humana. O desejo de fazer da Geografia, um estudo mais científico,
mais aceito como disciplina, levou a adoção da Estatística e da Matemática como
recursos de apoio surgindo a Geografia Quantitativa.
b)
A segunda metade do séc. XX, foi marcado por revoluções, confrontos, movimentos
de libertação, questionamento sobre o sistema mundial de dominação, a gritante
desigualdade na distribuição da riqueza pelos países do mundo, grande número de
países com grande atraso econômico, países com dominação colonialista ...Yves Lacoste
em seu livro “A Geografia – Isso serve, Em Primeiro Lugar para Fazer a Guerra”,
critica a Geografia tradicional, dizendo que ela sempre existiu a serviço da
dominação d e do poder. Pierre George cria a Geografia Marxista ou Geografia
Crítica, com propostas comprometidas com transformações sociais, com as
relações entre as sociedades, com o trabalho, com a apropriação dos recursos da
natureza, com a produção de espaços diferenciados. A geografia Física passa a
ser olhada com os olhos da Geografia Humana. Com Pierre George, A Geografia
passa a ter um caráter politizador e de denúncia.
c)
Atualmente a Geografia passa por um processo de renovação. Milton Santos propõe
a discussão do espaço social, que é histórico, dinâmico e fruto do trabalho e
da produção da humanidade. A Geografia estuda o espaço e as relações que nele
ocorrem, sendo, portanto, um canal de reflexão para uma ação transformadora,
objetivando a construção da cidadania. Sabemos que o espaço geográfico é
construído pelo homem com o seu trabalho, porém, não são todos os homens que se
beneficiam dos frutos desta construção. Interesses de classe, políticos e
econômicos estão presentes, colocando-o a serviço de alguns. Ele propõe a
inter-relação entre os elementos socioculturais da paisagem e os elementos
físicos e biológicos presentes nela, entendendo a construção do espaço nas
diferentes sociedades e as relações entre elas. As relações sociais são o
produto histórico que envolve a sociedade, a cultura, a política e a economia.
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