O Estado – Nação – Fronteira, Território e Territorialidade
País
e Estado
É
necessário, contudo, estabelecer a diferença entre Estado e País. Enquanto o
primeiro é uma instituição formada por povo, território e governo, o segundo é
um conceito genérico referente a tudo o que se encontra no território dominado
por um Estado e apresenta características físicas, naturais, econômicas,
sociais, culturais e outras. No nosso caso, o Brasil é o país e a República
Federativa do Brasil é o Estado.
Nação
Por
outro lado, o conceito de Nação, por sua vez, também possui suas diferenças e
particularidades em relação aos demais termos supracitados. Nação significa uma
união entre um mesmo povo com um sentimento de pertencimento e de união entre
si, compartilhando, muitas vezes, um conjunto mais ou menos definido de
culturas, práticas sociais, idiomas, entre outros. Assim sendo, nem sempre uma
nação equivale a um Estado, ou a um país ou, até mesmo, a um território, havendo,
dessa forma, muitas nações sem território e sem uma soberania territorial
constituída.
A
Espanha é um exemplo clássico de Estado multinacional, ou seja, com um grande
número de nações vivendo em seu território. Existem os espanhóis, mas também
existem os catalães, uma nação atualmente sem um Estado soberano e, portanto,
sem um território político definido, além dos bascos, navarros e alguns outros.
A maior parte dessas nações reivindica, inclusive, a criação de seus Estados
independentes, com a delimitação de seus respectivos territórios, algo que
ainda não foi conseguido.
Outro
exemplo de nação sem território são os Curdos, conhecidos por serem a maior de
todas as nações sem um Estado correspondente, de forma que seu povo habita
vários países situados ao longo do Oriente Médio, no continente asiático. Essa
nação vem solicitando a vários países e instituições internacionais a criação
de seu país, que se chamaria Curdistão.
Nacionalismo
Muitos
Estados, para garantirem o exercício de suas soberanias em seus territórios,
tentam criar entre os seus habitantes um sentimento nacional, ou seja, a ideia
de que aquele país equivale a uma nação geral, o que costuma ser chamado de
nacionalismo. O estímulo ao nacionalismo é visto com bons olhos por muitas
pessoas no sentido de essas valorizarem os seus territórios e suas populações,
mas é preciso ter cuidado, pois os fatos históricos já demonstraram que um
nacionalismo extremo pode provocar uma onda de fascismo. Nesse caso, o governo
e até as pessoas passam a considerar que a sua nação (ou “raça”) é naturalmente
superior às demais, justificando ações bélicas e formas de preconceito
diversas, tal qual foi o caso do Nazismo na Alemanha em meados do século XX.
Estado
Nação
Um
estado-nação é uma área geográfica que pode ser identificada como possuidora de
uma política legítima, que pelos próprios meios, constitui um governo soberano.
Enquanto um estado é uma entidade política e geopolítica, uma nação é uma
unidade étnica e cultural. O termo "estado-nação" implica em uma
situação onde os dois são coincidentes. O Estado-nação afirma-se por meio de
uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania,
sobre um povo, num dado território
com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também.
O
conceito de um estado-nação pode ser comparado e contrastado com o de um estado
multinacional, cidades-estado, impérios, confederações, e outras formações de
estados dos quais podem sobrepor-se. Ao longo da história, existiram
estados-nações em diferentes épocas e lugares do mundo, e atualmente
representam a forma dominante de organização geopolítica mundial.
O
Estado nação é essencialmente formado por três elementos:
1.
O Território
Território
é uma área delimitada e definida pela relação entre diferentes indivíduos ou
grupos. Sua acepção pode ser tida, primordialmente, em dois aspectos distintos:
no âmbito do direito administrativo o termo irá se referir à porção da
superfície terrestre onde existe a validade de determinado contrato social (por
exemplo: a Constituição da República Federativa do Brasil é vigente em todo o
território nacional); por outro lado, é um termo que se refere às inúmeras
interações humanas com o meio natural e que irão definir as diversas formas de
expressão desta interação (por exemplo: a paisagem urbana). Sendo muito
utilizado nas ciências biológicas para referir à porção da superfície terrestre
onde determinada espécie ocorre (por exemplo: animais territorialistas).
2.
Um Povo
É
unânime a necessidade do povo como elemento para a constituição e existência do
Estado, sendo certo afirmar, por isso mesmo, que não é possível a existência do
Estado sem ele, notadamente porque, em última análise, é para ele que o Estado
se forma.
3.
Soberania
A
soberania está relacionada ao poder ou a autoridade exercida por um determinado
território.
Territorialidade
É
um princípio de Direito que permite estabelecer ou delimitar a área geográfica
em que um Estado exercerá a sua soberania. Essa área geográfica é o território,
que constitui a base geográfica do poder. O território compreende a terra
firme, as águas aí compreendidas (exemplos: rios e lagos), o mar territorial, o
subsolo, a plataforma continental, bem como o espaço aéreo correspondente ao
domínio terrestre e ao mar territorial.
Fronteiras
A
fronteira é o limite entre duas partes distintas, por exemplo, dois países,
dois estados. As fronteiras representam muito mais do que uma mera divisão e
unificação dos pontos diversos. Elas determinam também a área territorial
precisa de um Estado, a sua base física.
Principais tipos de fronteira
Fronteiras políticas
O
espaço onde o Estado Nacional exerce sua soberania também é chamado território.
Esses territórios são separados por limites, que muitas vezes são acidentes
naturais (rios, lagos, cadeias de montanhas). Algumas vezes, esses limites são
apenas rua ou uma estrada. De qualquer forma, construídos pela natureza, ou
não, esses limites foram estabelecidos após séculos de um passado que envolveu
guerras, acordos, conquistas e tratados.
Se,
por um lado, as fronteiras são elementos de separação de povos e culturas, elas
podem significar também uma aproximação entre nações vizinhas, quando essa
separação territorial não implica disputas e rivalidades.
As
fronteiras políticas podem ser:
-Fronteiras
efetivas, que representam limites territoriais
reconhecidos internacionalmente, como a fronteira entre Brasil e Uruguai.
-Fronteiras em litígio,
onde existe um limite territorial de fato, sobre o qual não há acordo, ou que
está sujeito a arbitragem, como ocorre com Vene¬zuela e Suriname.
Existem
ainda as
fronteiros indefinidas, onde não foram demarcados limites fixos
entre os Estados; os limites mostram, apenas, áreas aproximadas de soberania,
como, por exemplo, entre lêmen e Arábia Saudita.
Podemos
representar essas fronteiras através da cartografia. A cada um desses
territórios delimitados chamamos países. Hoje, no planisfério político, temos
192 países. Eram apenas 82, em 1950. À medida que novos países são
acrescentados no mapa-múndi, aumenta o número de disputas de fronteiras
internacionais.
Oceanos e as Fronteiras Políticas
Os
oceanos também são objetos de legislação internacional, uma vez que são muito
ricos em recursos pesqueiros e exploração de petróleo, além de serem via de
circulação de comercio internacional e de turismo.
O Continente Sem Fronteiras
A
Antártida é o único continente que não tem fronteiras políticas. Existe um
acordo internacional, o Tratado da Antártida, assinado em 1961.
Outras Fronteiras da Globalização
Fronteiras
Naturais
São
determinadas por elementos da natureza. São as chamadas faixas de transição,
que funcionam como fronteiras entre ecossistemas diferentes. No Brasil, por
exemplo, os ecossistemas amazônicos e da caatinga são separados pela Zona dos
Cocais (Meio-Norte). Em escala global, os semi-desertos formam uma fronteira
natural ao longo dos desertos.
Fronteiras Supranacionais
Fronteiras
que separam grupos de nações. Tanto podem ser naturais (como as fronteiras
entre continentes e subcontinentes, como no caso das Américas, separadas do
restante por oceano) ou cultural (regiões com diferentes idiomas, religiões,
etc) ou geopolítica (nações pertencentes ao NAFTA, OTAN, etc).
Fronteiras Econômicas
Fronteiras
econômicas: por fronteiras econômicas, podemos entender o processo de formação de mercados regionais
em todo mundo advindo da globalização ( como o Mercosul, NAFTA, União Europeia,
APEC) nos quais em muitos desses megablocos econômicos é permitida a livre
circulação de pessoas, bens e serviços, ou mesmo os limites econômicos entre os
setores de produção dentro de um determinado território, por exemplo no estado
do Rio de Janeiro temos um setor Metal-Mecânico no sul do estado e a atividade
extrativista no norte, com a exploração de petróleo, passando pela indústria
têxtil na região serrana.
Fronteiras Culturais
Fronteiras
culturais: as fronteiras culturais são os limites territoriais entre os grupos
étnicos e religiosos, caso por exemplo, dos índios no Brasil, ou num plano
internacional, do povo Basco na Espanha, ou do povo palestino. Em muitas dessas
fronteiras podemos explicar conflitos étnicos entre muitos desses grupos. Uma
relação de uma determinada cultura impede que se chegue a outra. O que acaba
muitas vezes gerando esses atritos.
Fronteiras Tecnológicas
O
mundo globalizado também têm sua fronteira criada pelas desigualdades sociais,
econômicas e de acesso à tecnologia: a linha que divide o mundo rico (países do
norte) do mundo pobre (países do sul).
MT BOM
ResponderExcluirparabéns seu blog é excelente, super organizado ainda não havia encontrado nenhum com esse formato, super prático.
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