GEOGRAFIA DO ACRE
Localização do Acre no mapa do Brasil
A Geografia do Acre é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as
características geográficas do território acriano. Orelevo do Acre é caracterizado pela ocorrência de depressões na maior parte do território (Depressão da Amazônia Ocidental). No norte,
aparece uma planície estreita. Os rios acrianos pertencem à Bacia Hidrográfica do rio
Amazonas. Os principais são oPurus, o Juruá e o Abunã. O clima é equatorial
úmido, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano (os índices pluviométricosvariam de 2.000 mm a 2.500 mm anuais). A temperatura média anual varia entre 22 °C e 26 °C. No
Acre, predomina a Floresta Amazônica.
Localização e extensão territorial
Divisão do Acre em municípios
Está situado entre as
latitudes de 07°07S e 11°08S, e as longitudes de 66°30 W e 74°WGr no sudoeste
da Amazônia brasileira - é o ponto mais ocidental do Brasil (marco 76 da
fronteira Brasil-Peru pelo município de Mâncio Lima). Limita-se ao norte com o
estado do Amazonas, a leste com o estado de Rondônia e possui uma linha de fronteira internacional de 2.183 quilômetros, dividida ao Sul e a Leste com
a Bolívia e ao Sul e ao Oeste com o Peru. É o estado brasileiro mais próximo do
Oceano Pacífico, distante aproximadamente 1.900 quilômetros em linha reta por
via terrestre. Por via aérea, sua capital, Rio
Branco, está a 50 minutos
de Porto Velho (RO), aproximadamente 1h10min de Cuzco, a 1h30min de Lima, a
1h de La Paz e a 1h40min de Manaus(AM).
O Acre possuía uma
extensão territorial de 152.581,4 km², mas em 3 de abril de 2008, uma
decisão unânime dos ministros do Supremo Tribunal Federal, colocou fim ao
litígio de oito anos entre Acre e Amazonas, alterando os limites da Linha Cunha
Gomes e incorporando ao estado, aproximadamente, 1,2 milhão de hectares (parte
de municípios amazonenses como Guajará, Ipixuna, Eurunepé, Lábrea e Boca do
Acre). Portanto, hoje o Acre possui um território de 164.221,36 km²
(16.422.136 ha). Sua extensão territorial é de 445 km no sentido norte-sul e
809 km entre seus extremos leste-oeste. Correspondente a 4% da área amazônica
brasileira e a 1,9% do território nacional.
O estado é composto
por 22 municípios e a partir de 1999, visando uma melhor gestão, divide-se,
politicamente, em regionais de desenvolvimento: Alto Acre, Baixo Acre, Purus,
Tarauacá/Envira e Juruá, que correspondem às microrregiões estabelecidas pelo
IBGE e seguem a distribuição das bacias hidrográficas dos principais rios
acrianos.
Geologia
No Acre, existem
diversas formações geológicas: a Formação Cruzeiro do Sul (ocorre a leste da
cidade Cruzeiro do Sul. Apenas dentro do Parque Nacional da Serra do Divisor e
do seu entorno foi registrada a ocorrência de cinco formações: Ramon, Grupo
Acre, Divisor, Rio Azul e Moa), o Complexo Xingu, a Formação Formosa e Sienito
República, os Depósitos Aluviais Holocênicos que representam ampla distribuição
no estado e a Formação Solimões que estende-se por mais de 80% do estado, sendo
portanto a mais significativa. A Formação Solimões é bastante diversificada.
Nela há predominância de rochas argilosas com concreções carbonáticas e
gipsíferas, ocorrendo ocasionalmente com material carbonizado (turfa e linhito),
concentrações esparsas de pirita e grande quantidade de fósseis de vertebrados
e invertebrados. Subordinadamente, ocorrem siltitos, calcáreos
sílticos-argilosos, arenitos ferruginosos e conglomerados plomíticos.
Geomorfologia
As unidades
morfoestruturais são representadas pela Depressão Amazônica (Depressão Rio
Acre/Javari), o Planalto Rebaixado da Amazônia Ocidental e a Planície
Amazônica. • A Depressão Amazônica (Rio Acre – Rio Javari) alcança altitude
máxima de 300 m, e está representada por extensas planícies de idade Terciária
desenvolvidas sobre a Formação Solimões e por áreas de altitudes mais elevadas,
de até 580m, denominada Complexo Fisiográfico da Serra do Divisor; • O Planalto
Rebaixado da Amazônia Ocidental, desenvolveu-se também sobre a Formação
Solimões, em áreas de interflúvios tabulares de relevo plano com altitudes de
250 m; • A Planície Amazônica, representada pelas Planícies Aluviais margeando
os rios e pelos níveis de terraços descontínuos, remanescentes de sedimentos
desenvolvidos durante o Pleistoceno Superior (Quaternário) é a superfície mais
baixa (200 m).
Clima
O clima do Acre é
quente e úmido com duas estações: seca e chuvosa. A estação seca estende-se de
maio a outubro e é comum ocorrer “friagens”, fenômeno efêmero, porém muito comum
na região. A estação chuvosa é caracterizada por chuvas constantes, que
prolongam-se de novembro a abril. A umidade relativa apresenta-se com médias
mensais em torno de 80-90% com níveis elevados durante todo o ano.
Os totais
pluviométricos anuais variam entre 1600 mm e 2750 mm, e tendem a
aumentar no sentido Sudeste-Noroeste. As precipitações, na maior parte do
estado, são abundantes e sem uma estação seca nítida. Os meses de junho, julho
e agosto são os menos chuvosos.
A temperatura média
anual fica em torno de 24,5 °C, mas a máxima pode ficar em torno de
32 °C. A temperatura mínima varia de local para local em função da maior
ou menor exposição aos sistemas extratropicais.
Hidrografia
No Acre, a drenagem é
feita por extensos rios de direção Sudoeste-Nordeste e, todos pertencem à rede
hidrográfica do Rio Amazonas. Os rios apresentam paralelismo e mudanças de
direções dos seus cursos, uma característica bastante comum resultante das
falhas e fraturas geológicas.
Na parte central do
estado, os principais cursos d'água são o Rio Tarauacá, o Purus com seus
principais afluentes pela margem direita, o Chandless e seu tributário Iaco com
seu afluente pela margem esquerda, o Rio Macauã e o Rio Acre com seu
subsidiário, o Antimari.
A noroeste
encontramos os rios Gregório, Tarauacá, Muru, Envira e Jurupari. A oeste do
estado estão presentes o Rio Juruá e seus principais afluentes Moa, Juruá
Mirim, Paraná dos Moura, Ouro Preto, pela margem esquerda, o Valparaíso,
Humaitá e Tejo, pela margem direita.
As duas principais
bacias do estado são a do Acre-Purus e a do Juruá.
- Bacia do Acre-Purus: o Rio Purus nasce no Peru e
entra no Brasil com a direção Sudoeste-Nordeste, é o segundo maior
representante da drenagem do estado. À altura do paralelo de 09000’S,
inflete de Oeste-Sul-Oeste para Leste-Norte-Leste, mantendo esta direção
até receber o Rio Acre. Posterior a este ponto, retoma a direção anterior
Sudoeste para Nordeste até penetrar no estado do Amazonas. Apresenta um
curso extremamente sinuoso e meândrico estendendo-se pelas extensa e contínuas
faixas de planícies.
- Bacia do Juruá: O Rio Juruá drena uma área de
25.000 km² dentro do estado. Nasce no Peru com o nome de Paxiúba a
453 m de altitude, unindo-se depois com o Salambô e formando então o
Juruá. Ele atravessa a parte noroeste do estado, sentido S-N, entra no
Amazonas e despeja suas águas no Rio Solimões. O Juruá é um rio de
planície, com todas as caracterísitcas de correntes de pequeno declive.
Vegetação
Cobertura original das margens do rio Juruá
Foram identificadas
no estado, onze tipologias florestais: Floresta Aberta com Palmeira das Áreas
Aluviais (5,48%), Floresta Aberta com Palmeiras (7,77%), Floresta Aberta com
Palmeiras e Floresta Densa (12,12%), Floresta Densa e Floresta Aberta com
Palmeiras (7,20%). Floresta Densa (0,53%), Floresta Densa Submontana (0,47%). O
bambu (ou "tabocal") ocorre em cinco tipologias: Floresta Aberta com
Bambu Dominante (9,40%), Floresta Aberta com Bambu e Floresta Aberta com
Palmeira (26,20%),Floresta Aberta com Palmeira e Floresta Aberta com Bambu
(21,02%), Floresta Aberta com Bambu em Áreas Aluviais (2,04%), Floresta com
Bambu e Floresta Densa (0,36%).[3]
O Acre é o quarto
estado, na Amazônia Legal, com a maior preservação da cobertura florestal, com
11,3% de seu território desflorestado. Esta taxa global é muito inferior à taxa
da região, que atingiu 16,3%. Em relação aos estados da região, o Acre somente
fica atrás de Roraima, que tem grande parte de seu território ocupado por
Reservas indígenas; do Amapá, cuja população é basicamente urbana e Tocantins
cuja ação antrópica situa-se maciçamente no cerrado.
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