A hidrografia do Brasil

 

Hidrografia é uma parte da geografia física que classifica e estuda as águas do planeta Terra. O objeto de estudo da hidrografia é a água da Terra, abrange portanto oceanos, mares, geleiras, água do subsolo, lagos, água da atmosfera e rios.

Ciclo da água

         
O ciclo da água é o processo de transformação da água na natureza, passando de um estado físico para outro. Ele ocorre por meio dos processos de evaporação, condensação, precipitação, infiltração, transpiração e também pela transpiração dos seres vivos.

            O ciclo da água na natureza é fundamental para a manutenção da vida no planeta Terra, uma vez que ele vai determinar a variação climática e influenciar o nível dos rios, lagos, mares, oceanos.

            água presente nos rios, lagos, e etc, evapora e forma as nuvens na atmosfera. Quando as nuvens ficam sobrecarregadas, atingem altitudes maiores e a temperatura diminui, a água volta para a superfície da Terra através das chuvas. Esta água vai então para os oceanos, rios e lagos. Depois, a água evapora novamente, completando o ciclo

1. Evaporação - O calor do sol aquece a água dos rios, lagos, mares e oceanos fazendo com que aconteça o fenômeno da Evaporação. Ocorre então a transformação do estado líquido da água para o estado gasoso, à medida que ela vai da superfície da Terra para a atmosfera.

2. Condensação- O vapor da água esfria, se acumula na atmosfera e se condensa na forma de gotículas que irão formar as nuvens ou nevoeiros. Ocorre então o processo de Condensação, que é a transformação do estado gasoso da água para o estado líquido. As nuvens na atmosfera são, na verdade, gotículas de água líquida suspensas no ar.

3. Precipitação- Com muita água condensada na atmosfera, se inicia o processo de Precipitação, onde as gotículas suspensas no ar se tornam pesadas e caem no solo na forma de chuva. Em regiões muito frias, a água condensada passa do estado gasoso para o líquido e rapidamente para o estado sólido, formando a neve ou o granizo.

4. Infiltração -Quando o vapor de água condensado cai sobre a superfície terrestre, ocorre a Infiltração de uma parte dessa água que vai alimentar os lençóis subterrâneos.

5. Transpiração -Parte da água que se infiltrou no solo pode ser absorvida pelas plantas que, depois de utilizá-la, a devolvem à atmosfera por meio do processo de Transpiração.

A água também pode evaporar ou escoar sobre o solo e abastecer os rios que deságuam em mares e oceanos, reiniciando todo o processo do ciclo da água.

 OS RIOS

            Rio é uma corrente de água natural que se dirige para o mar, para um lago ou para outro rio. Córrego, riacho, regato ou ribeirão são rios mais estreitos, mais rasos ou com menor volume de água ou extensão. Foz: é o local onde uma corrente de água, como um rio, deságua.

            A água da chuva interfere no regime fluvial. nas épocas de seca, muitos rios têm seu volume diminuído, e o contrário acontece na estação chuvosa, quando o volume de água aumenta.

            No curso de um rio podemos encontrar o período de:

Cheias - Quando as águas atingem seu volume máximo, podem ocorrer enchentes avassaladoras.
Estiagem ou Vazante - Quando os rios diminuem totalmente seu volume de água.

            Em geral, as águas de um rio se originam de fontes subterrâneas que afloram do solo, do escoamento superficial da água da chuva ou do derretimento de geleiras.

            No território brasileiro, onde não há geleiras, a maior parte dos rios se origina das fontes subterrâneas e do escoamento superficial da água da chuva. A exceção é o rio Amazonas, que nasce do derretimento do gelo dos Andes peruanos.

            Um rio sempre corre de áreas de maior altitude, onde fica a nascente, para áreas de menor altitude, onde está a foz ou embocadura, local de seu término, que pode ser junto de um oceano, mar lago ou mesmo outro rio.

            A variação do volume das águas de um rio no período de um ano é chamada de regime fluvial. A água das chuvas interfere no regime de um rio. Nas épocas de seca, muitos rios têm seu volume diminuído, e o contrário acontece na estação chuvosa, quando o volume de água aumenta.

Os cursos de água podem ser: permanentes ou perenes são aqueles que não secam e ficam permanentemente em seu local de origem. temporário são aqueles que em determinadas épocas do ano passam por processo de seca.

            No curso em direção à foz, os rios podem se encontrar e se unir, nesse caso, um rio principal recebe as águas de outros rios, chamados afluentes. Os rios formam uma rede fluvial, e a área drenada por um rio principal e seus afluentes é chamada de bacia hidrográfica.

Rios de planaltos e rios de planície

Rios de planalto – são rios que costumam apresentar-se em áreas de relevo mais acentuado, possuindo um fluxo mais forte em razão dos muitos acidentes geográficos ao longo de seu percurso. Por apresentarem uma grande diferença de nível altimétrico entre sua nascente e a sua foz, esses rios são considerados ideais para a geração de eletricidade, porém pouco recomendados para a navegação na maior parte de suas áreas.

Rios de planície – são rios que apresentam um curso mais regular, haja vista o relevo menos acentuado. Por isso, o fluxo de suas áreas não é rápido e a instalação de hidroelétricas, embora seja possível, é pouco recomendada, pois demanda a construção de barragens muito grandes para um baixo aproveitamento energético, o que gera duros impactos ambientais. Os rios de planície mais antigos costumam apresentar canais cheios de meandros, ou seja, com “curvas” muito frequentes e acentuadas, a exemplo do Rio Amazonas.

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

       
    
Água subterrânea é toda a água que ocorre abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. As águas subterrâneas cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parcela da água precipitada.

            Existem dois níveis do solo nos quais a água subterrânea é encontrada: o lençol freático e o lençol artesiano.

Ø  Lençol freático, também chamado de lençol de água ou nível freático, corresponde à reserva de água presente na linha subterrânea do solo. A água fica armazenada em decorrência da chuva, que se infiltra por rachaduras ou fissuras no solo. Neste caso, representa a superfície entre a água que é escoada da chuva e a água subterrânea.

Ø  Lençol artesiano é um reservatório de água localizado em uma camada mais profunda do solo, onde estão as rochas. Para captar a água nele acumulada, são necessárias máquinas capazes de perfurar as camadas mais duras do solo.

 

OS LAGOS

           Lagos são águas continentais, geralmente tranquilas, que se encontram armazenadas em depressões cercadas por terras. Eles podem ser formados a partir das águas da chuva, de nascentes, de rios que deságuam nessa depressão, de mares antigos e do derretimento das geleiras. De acordo com a origem, eles podem ser classificados em:

·         Lagos tectônicos: Águas continentais que estão acumuladas em deformações na crosta terrestre;

·         Lagos vulcânicos: águas armazenadas em crateras de vulcões extintos;

·         Lagos glaciares: Sua origem está relacionada com a ação de geleiras continentais e de montanhas. O peso do gelo pode gerar depressões no terreno e acumular água pelo descongelamento;

·         Lagos fluviais: São formados a partir de um rio. Muitas vezes, ao longo de cursos de água, os sedimentos podem acumular-se em um meandro e represar a água do rio, formando um lago.

·         Lagos residuais: resíduos de água salgada de antigos mares que foram represados em virtude do movimento de placas tectônicas.

·         Lagos tectônicos: Águas continentais que estão acumuladas em deformações na crosta terrestre;

·         Lagos vulcânicos: águas armazenadas em crateras de vulcões extintos;

·         Lagos glaciares: Sua origem está relacionada com a ação de geleiras continentais e de montanhas. O peso do gelo pode gerar depressões no terreno e acumular água pelo descongelamento;

·         Lagos fluviais: São formados a partir de um rio. Muitas vezes, ao longo de cursos de água, os sedimentos podem acumular-se em um meandro e represar a água do rio, formando um lago.

·         Lagos residuais: resíduos de água salgada de antigos mares que foram represados em virtude do movimento de placas tectônicas.

·         Um lago artificial, albufeira ou açude é um lago de origem artificial, normalmente concebido para armazenar água numa região seca, para dar mais vida a um ambiente ou que resulta da construção de uma represa ou uma hidrelétrica, cobrindo as áreas costeiras às margens de um rio.

 

AS GELEIRAS

As geleiras, também denominadas glaciares, são formadas pelo acúmulo de neve em um determinado local, processo que pode levar até 30 mil anos para se concretizar.

 O CONSUMO DOS RECURSOS HÍDRICOS      

A organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que “ todos os povos, quaisquer que sejam seus estágios de desenvolvimento e suas condições sociais e econômicas, têm direito ao acesso à água potável em quantidade e qualidade à altura de suas necessidades básicas” e que o saneamento básico e essencial.

 A água de uso doméstico

         Cerca de 12% da água disponível para a humanidade é utilizada, segundo a ONU, na rede de esgoto, em higiene pessoal, na lavagem de roupas, na preparação de alimentos e na limpeza de moradias. Os vazamentos em canos de distribuição ou torneiras são muitas vezes responsáveis pelo desperdício de água para o uso doméstico.

            Em geral os países com maior desenvolvimento contam com maior desenvolvimento contam com maior desenvolvimento da água potável. Em parte dos países menos desenvolvidos, a distribuição de água não atende a toda a população e, muitas vezes ocorrem escassez e racionamento.

 A água na agropecuária

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é a atividade agropecuária a principal responsável pelo uso da água. De acordo com a entidade, 70% de toda a água consumida no mundo é utilizada na irrigação das lavouras, número que se eleva para 72% no caso do Brasil, que é um país com forte produção nesse setor da economia.

A água na indústria

Depois do setor agrícola, vem a atividade industrial, que é responsável por 22% do consumo de água no mundo. Somente depois vem o uso doméstico, que é responsável por cerca de 8% de toda a utilização dos recursos hídricos. Esse cenário revela que não apenas as casas e os comércios devem economizar, mas também os setores primário e secundário da economia, adotando medidas de contenção da utilização de água.

OS RIOS E AS REGIÕES HIDROGRÁFICAS DO BRASIL


 

Bacia Amazônica ou Região hidrográfica amazônica

            Maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica está localizada na região norte do país. Possui aproximadamente 7 milhões de km² de extensão, no qual cerca de 4 milhões de km² estão no território brasileiro.

            O principal rio da Bacia Amazônica é o rio Amazonas e  seus principais afluentes são os rios: Negro, Solimões, Madeira, Purus, Tapajós, Branco, Juruá, Xingu e Japurá.


Bacia do Tocantins-Araguaia ou Região hidrográfica Tocantins-Araguaia

            Maior bacia hidrográfica totalmente brasileira, a bacia do Tocantins-Araguaia está localizada nas regiões norte e central do país. Possui cerca de 2.500 km e seu nome é proveniente da união dos nomes dos rios mais importantes da bacia: rio Araguaia e rio Tocantins.

Bacia do Rio Parnaíba ou Região hidrográfica do Parnaíba

            Localizada na região nordeste do país, a bacia do rio Parnaíba possui cerca de 340 mil km² de extensão. O principal rio é o Parnaíba e seus principais afluentes são: Parnaibinha, Gurguéia, Balsas, Medonho, Uruçuí-Preto, Poti, Canindé e Longa.

Bacia do Rio São Francisco ou Região hidrográfica do São Francisco

            Localizada na região sudeste, em Minas Gerais, e em maior parte na região nordeste do país, a bacia do rio São Francisco possui aproximadamente 640 mil km² de extensão. Seu principal rio é o rio São Francisco e seus principais afluentes são os rios: Pardo, Paraopeba, Jequitaí, Pará, Abaeté, Grande, Verde e das Velhas.

Bacia do Paraná ou Região hidrográfica do Paraná

            Localizada na região sudeste e sul do Brasil, a bacia do Paraná possui cerca de 800 mil km² de extensão. O principal rio é o Paraná e recebe águas de muitos afluentes, em especial os rios: Grande, Tietê, Paranapanema.

Bacia do Rio Paraguai ou Região hidrográfica do Paraguai

            Localizada na região centro oeste do país, a bacia do Paraguai possui cerca de 1.100.000 km² de extensão. O principal rio é o Paraguai, um dos afluentes do rio Paraná.

Bacia do Rio Paraíba do Sul ou Região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

            Localizada na região sudeste, a Bacia do rio Paraíba do Sul possui cerca de 60 mil km² de extensão. Seu principal rio é o Paraíba do Sul, que está nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Seus principais afluentes são os rios: Paraibuna, Jaguari, Buquira, Pomba, Piabanha e Muriaé.

Bacia do Rio Uruguai ou Região hidrográfica do Uruguai

            Localizada na região sul do Brasil, a bacia do rio Uruguai possui cerca de 385 mil km² de extensão, nos quais 180.000 km² estão no território brasileiro. Seu principal rio é o Uruguai, e seus principais afluentes são os rios: Peixe, Chapecó, Peperi-Guaçu, Passo Fundo, Ijuí, Negro e da Várzea.

Bacia Platina ou Região hidrográfica Platina

            A Bacia do rio da Prata (Bacia Platina), formada pelas Bacias do Uruguai, Paraná e Paraguai, é considerada uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, possuindo cerca de 3 milhões km² de extensão, e nos quais 1,4 milhão km² está localizada em território brasileiro.

As bacias hidrográficas Amazônica e Platina estão localizadas no Brasil e, também, em alguns países da América do Sul. A Bacia Amazônica está localizada no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Já a Bacia Platina está situada no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.


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