EROSÃO E CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS
Solo Resultado do Intemperismo
O solo é a camada superficial da Terra e é formado por minerais e matéria orgânica, que vêm da decomposição dos animais e dos vegetais. Ele serve como fonte de nutrientes para as plantas e é um importante elemento na produção agrícola, pois é a partir dele que o homem produz boa parte dos alimentos.
Desde o início da humanidade, o ser humano utiliza o solo
como recurso para sua manutenção e sobrevivência. Por isso, cuidar
do solo é tão importante para a manutenção do ecossistema terrestre.
O solo pode ser dividido em quatro tipos:
arenoso, argiloso, humoso e calcário. Para compreender melhor a função de cada
um, é importante conhecer mais sobre eles.
O solo arenoso tem uma grande quantidade
de areia e é pobre em nutrientes. É considerado um solo de ótima
infiltração, ou seja, absorve muito a água e, por isso, não é ideal para a
prática agrária. Esse solo não é próprio para cultivo.
O solo argiloso apresenta uma grande quantidade de
nutrientes e possibilita a produção agrícola, pois, após ser molhado, ele
absorve a água, tornando-se mais arejado. Isso permite que a planta absorva
melhor os nutrientes.
O solo humoso é também conhecido como solo escuro
e é muito rico em nutrientes, devido à grande quantidade de matéria orgânica.
Sendo assim, ele é bastante fértil, por isso é muito utilizado na produção
agrícola.
O solo calcário é de fácil identificação, pois ele contém um grande número de pedras em sua composição. Ele é impróprio para cultivo, pois as pedras não permitem que a raiz das plantas desenvolva-se.
Importância da conservação dos solos
O
solo é importante, pois ele permite a manutenção do ecossistema terrestre. A
partir dele, as plantas retiram os nutrientes para desenvolver-se, bem como os
seres vivos que dependem dele. Por isso, ações de cuidado com o solo são tão
muito necessárias.
Poluir o solo, além de prejudicá-lo, destrói a possibilidade de alimento das plantas. O certo é nunca jogar resíduos recicláveis nem da construção civil no solo. Já os resíduos orgânicos, como as cascas de frutas e verduras, servem como adubo e são ótimas fontes de nutrição para o solo.
A EROSÃO DO SOLO
Erosão do solo é o deslocamento da camada superficial do solo em resultado dos efeitos da erosão, constituindo uma das formas mais comuns de degradação do solo. Uma taxa reduzida de erosão do solo é um processo de ocorrência natural em toda a superfície.
Erosão dos solos em áreas agrícolas
Desde que os ser humano aprendeu a
cultivar plantas e a criar animais, tiveram início os primeiros impactos ambientais,
que foram se agravando à medida que a população crescia avanços tecnológicos
eram conquistados.
Acamada superficial do solo pode
desagregar no preparo do terreno para o plantio ou por causa do desmatamento. A
água das chuvas carrega partículas do solo desagregado na preparação para o
plantio e também para o solo que perdeu a vegetação, cujas raízes ajudavam a
segurá-lo. O material levado pelas chuvas é responsável pelo assoreamento
(acúmulo de sedimentos no leito dos rios) e pode causar enchentes.
Estima-se que mais de 60% das áreas
agrícolas estejam em processo de degradação. Entre os muitos impactos
ambientais provocados pela agricultura estão a erosão e a contaminação do solo
por agrotóxicos, que podem atingir lençóis de água subterrâneas.
A modernização do campo e os avanços
tecnológicos nos últimos anos devem ser analisados sob diferentes ângulos. Se,
de um lado, proporcionaram o aumento da produção de alimentos e a adoção de
novas técnicas para a proteção do meio ambiente, de outro permitiram a desigual
distribuição desses benefícios. Além do mais, podemos dizer que a tecnologia
que protege muitas vezes agrava a degradação ambiental.
Nas regiões tropicais, é muito utilizado é
muito utilizado o sistema de agricultura itinerante que consiste em
derrubar trechos das florestas e posteriormente atear fogo aos resíduos do
corte, processo que vulgarmente se chama “queimadas”. O derrube e corte do mato
são feitos em solos cobertos com floresta densa, e os materiais resultantes do
abate são depois aproveitados para lenha, vedações e construção, sendo os
desperdícios queimados antes das sementeiras.
Este processo destina-se a preparar
a terra para o cultivo de subsistência, e torna o terreno mais fértil durante 2
a 3 anos, nalguns casos pode chegar até ao limite de 6 anos. Passado o período
de fertilidade do terreno este é abandonado por estar improdutivo, e o
agricultor desloca-se em migração buscando um novo terreno onde colocará em
prática processo semelhante.
Na agricultura itinerante não se
utilizam as técnicas corretas de manuseamento tais como adubar, construir
trechos de água e ter em conta a ação das chuvas e/ou da falta delas.
A não-utilização de técnicas
racionais de agricultura provoca um maior cansaço do terreno e um consequente
desmatamento acelerado. Ao queimar a vegetação característica do terreno o
agricultor prejudica a atividade dos micro-organismos presentes no solo e
diminui a fertilidade do mesmo devido à redução de nutrientes.
Nessas regiões onde as estações seca e chuvosa
se alterna, é comum o processo de laterização que, resulta na formação de uma
crosta endurecida na superfície do solo – ou pouco abaixo da superfície –
constituída por minerais metálicos, como ferro e alumínio. É a laterita (ou
laterito) que impede a penetração de água, intensificando ainda mais o processo
de lixiviação.
A pecuária, principalmente a extensiva, é também uma das causadoras da degradação de solos produtivos. O manejo dos animais deve ser feito de maneira correta. É preciso limitar o número de cabeças para evitar o superpastejo, que deixa o solo descoberto e mais vulnerável à erosão.
Contaminação dos solos em áreas agrícolas
Nas áreas rurais, a contaminação do solo, ocorre exclusivamente pelo uso inadequado e abusivo de agrotóxicos e fertilizantes. O DDT, inseticida largamente utilizado nas lavouras para eliminar insetos, atualmente proibido em vários países, é uma substância com alta capacidade de retenção no solo e nos tecidos e órgãos dos animais. Essa substância desencadeia sérios
danos à saúde de animais e dos seres humanos, pode causar problemas dermatológicos,
hepáticos e até o desenvolvimento de um câncer.
Dessa forma, diante de toda a problemática que envolve a gestão de resíduos urbanos e utilização de defensivos agrícolas, merece esse assunto maior atenção governamental na aplicação e implementação constitucional em defesa da preservação ambiental, bem como a responsabilidade social da população.
Técnicas para evitar a erosão e a contaminação dos solos em áreas agrícolas
Existem técnicas de cultivo que diminuem a erosão do solo. Nas encostas, por exemplo, onde a erosão é maior, as plantações podem ser feitas em degraus ou terraços, que reduzem a velocidade de escoamento da água. Em encostas não muito inclinadas, em
vez de plantar as espécies dispostas no sentido do fluxo da água, devemos
formar fileiras de plantas em um mesmo nível do terreno, deixando espaço entre
as carreiras. Essas linhas de plantas dispostas em uma mesma altura são
chamadas de curvas de nível.
O terraceamento é uma
técnica agrícola de plantio elaborada para a contenção de erosões causadas pelo
escoamento da água em áreas de vertentes. Essa técnica é aplicada ao parcelar
uma área inclinada em várias rampas. Com isso, as águas das chuvas, ao escoarem
superficialmente, perdem sua força, removendo menos sedimentos do solo e
causando menos impactos sobre ele.
Algumas culturas, como a do café,
costumam deixar grandes porções de solo expostas à erosão. Para proteger o
solo, costuma-se plantar feijão nesses espaços vagos. Esse técnica é conhecida
como associação de culturas.
Outra forma de proteger a terra é
cultivar no mesmo terreno plantas diferentes mas em períodos alternados. Desse
modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. é comum a alternância de
plantação de milho; por exemplo, com uma leguminosa. As leguminosas trazem uma
vantagem adicional ao solo: repõe o nitrogênio retirado do solo pelo milho ou
outra cultura. Esse "rodízio" de plantas é conhecido como rotação
de culturas.
Controle biológico consiste em introduzir predadores naturais no lugar dos pesticidas. Têm como objetivo “produzir” insetos para combater pragas em diversos tipos de plantação.
Desertificação
Desertificação é o processo de degradação dos solos pela seca excessiva e pela rápida perda de nutrientes, resultando na formação de uma paisagem correspondente à dos desertos. É importante destacar que esse fenômeno ocorre em regiões de clima árido, semiárido e subúmido, onde o processo de evaporação é superior ao de precipitação. Em regiões com outros tipos climáticos, com índices de chuvas superiores a 1400mm anuais, não ocorre a desertificação, e sim a arenização dos solos. Entre as causas possíveis para o
processo de desertificação, citam-se: uso inapropriado dos solos pelas práticas
agropecuárias, esgotando-os; desmatamento e exploração em larga escala de
ecossistemas frágeis, uso inadequado e intensivo de agrotóxicos, secas muito
prolongadas, ação das queimadas, entre outros.
A
Convenção das Nações Unidas para o Combate á Desertificação é
reconhecida como o instrumento fundamental para erradicar a pobreza e promover
o desenvolvimento sustentável nas áreas rurais das terras secas, através da
adoção de medidas eficazes em todos os níveis.
A agenda 21, documento firmado na
ECO – 92, Conferencia Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,
realizada no Rio de Janeiro, determina que se entenda por degradação da terra a
degradação do solo e dos recursos hídricos da vegetação, da biodiversidade e a
redução da qualidade de vida.
Cumprindo o cronograma da Agenda 21,
a Convenção da Desertificação, órgão da ONU que discute o problema, realizou
duas reuniões: em Roma 9Itália), em 1997, e em Olinda (Pernambuco), em 1999. Nas
duas ocasiões, cerca de 190 países definiram dois pontos importantes. O
primeiro foi reconhecer que as principais causas da desertificação são
consequências de atividades humanas, que provocam a erosão dos solos, a
formação de areia e a redução da biodiversidade, dos recursos hídricos e das
terras cultiváveis. O outro é que esse processo acarreta graves problemas
sociais, como a fome, a migração das pessoas que vivem nas áreas afetadas, o
analfabetismo e a diminuição da renda e do consumo.
Na Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a rio +20, realizada em junho de 2012, foi criado um fundo internacional, formado por Brasil, França e África, para o combate à desertificação.
A CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS PELO LIXO
A contaminação do solo pelo lixo é capaz de infertilizar uma área completa para o plantio, reduzir a quantidade da vegetação local, contaminar o lençol freático, liberar gases poluentes e gerar um grande desequilíbrio ecológico, uma vez que os objetos estranhos podem contribuir para a extinção de espécies de animais e plantas.
O lixo
urbano
O aumento
populacional nas cidades, aliado a uma sociedade extremamente consumista, faz
gerar vários problemas ambientais. O lixo urbano é um desses problemas, ele
pode ser de origem domiciliar (sobras de alimentos, papéis, plásticos, vidros,
papelão), origem industrial (apresenta constituição variada, entre gasosa,
líquida ou sólida), o hospitalar (seringas, agulhas, curativos, gazes,
ataduras, peças atômicas, etc.) e o lixo desse século: o tecnológico (pilhas e
aparelhos eletrônicos em geral).
Os problemas causados pelos lixões vão além do meio ambiente, afetando também a saúde pública e as esferas social e urbana. O lixo acumulado a céu aberto oferece alimentação e abrigo para diversos animais que podem ser potenciais transmissores de doenças — tanto de forma direta como indireta —, como insetos, cachorros, porcos, cavalos, aves, ratos etc. O acúmulo de água em entulhos, por exemplo, serve de criadouro para o Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Além disso, muitas famílias tiram seu sustento da venda de materiais recicláveis que encontram nos lixões, trabalhando em condições extremamente degradantes e insalubres. Do ponto de vista urbano, os vazadouros a céu aberto também levam à desvalorização imobiliária do entorno por conta dos odores desagradáveis e de todos estes problemas mencionados.
Lixo domiciliar e comercial
Lixo doméstico
Também chamado de lixo domiciliar, refere-se ao material gerado em residências e inclui resíduos orgânicos e embalagens, entre outros.
Entre os resíduos do lixo domiciliar que necessitam de manuseio especial destacam-se lâmpadas, remédios, pilhas, bateria de telefones celulares e de outros eletrodomésticos. Para solucionar o problema de descarte de pilhas e baterias, muitas empresas fabricantes desse tipo de produto têm realizado a coleta, ajudando, dessa forma, a preservar a natureza
Lixo comercial
É o lixo descartado em estabelecimentos comerciais, como lojas, restaurantes e bancos. É formado principalmente por embalagens, plásticos, restos de alimentos e caixas de papelão.
Lixo público, industrial e hospitalar
Lixo Público
Formado por resíduos sólidos nas vias públicas, repartições públicas, limpeza de áreas de feiras livres e córregos. É constituído por areia, restos de vegetais, podas de árvores, folhagem, papéis e plásticos.
Lixo industrial
Resíduos originados em indústrias, normalmente compostos de sobras de matérias-primas. Este lixo pode ser encaminhado à reciclagem ou reutilizado pelas próprias indústrias. Exemplos: sobras de metal, vidro, tecidos, plásticos, borrachas.
Lixo hospitalar
Este tipo de lixo deve ser encaminhado a empresas especializadas, pois pode ser perigoso para a saúde de quem entrar em contato com ele. Seringas, medicamentos, fraldas, sondas e materiais cirúrgicos são exemplos de lixo hospitalar.
O lixo atômico
Extremamente perigoso,
este lixo é composto por material radioativo, como sobras de urânio de usinas
nucleares e elementos que compõem aparelhos de raios-X. Deve ser tratado por
empresas especializadas.
Uma boa solução para os detritos inorgânicos é a reciclagem. Os adeptos da reciclagem usam os 5 erres para defini-la melhor: Refletir, Recusar, Reutilizar, Reduzir e Reciclar. Papel , plástico, vidro, latas de alumínio, embalagens plásticas de suco e de refrigerante (PET) são todos materiais recicláveis. Para ser reciclado esse material deve ser separado na coleta seletiva de lixo. Mas essa prática, embora venha crescendo nos últimos anos, ainda não é muito utilizada, pois implica um gasto maior das empresas que prestam esse tipo de serviço, por envolver maior número de caminhões e de funcionários. É preciso sobretudo conscientizar a população.
O destino adequado para
o lixo urbano é o aterro sanitário, com estrutura para o tratamento dos gases e
do chorume. Outra alternativa é a incineração, que também deve conter sistemas
de tratamento para os gases liberados. Mas o processo de incineração e a
implantação de aterros sanitários para o tratamento de grandes quantidades de
lixo são caros, por isso é necessário que haja a conscientização da população,
de forma que produza menos lixo, o que pode ocorrer através de ações como a
coleta seletiva e a reciclagem.
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