O relevo terrestre
O relevo corresponde às variações que se apresentam sobre a camada superficial da Terra. Assim, podemos notar que o relevo terrestre apresenta diferentes fisionomias, isto é, áreas com diferentes características: algumas mais altas, outras mais baixas, algumas mais acidentadas, outras mais planas, entre outras feições.
Para melhor analisar e compreender a forma com que essas dinâmicas se revelam, foi elaborada uma classificação do relevo terrestre com base em suas características principais, dividindo-o em quatro diferentes formas de relevo: as montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.
MONTANHAS
As montanhas são formas de relevo
que se caracterizam pela elevada altitude em comparação com as demais altitudes
da superfície terrestre. Quando tidas em conjunto, elas formam cadeias chamadas
de cordilheiras, a exemplo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e da
Cordilheira do Himalaia, na Ásia.
Existem quatro tipos de montanhas:
as vulcânicas, que se formam a partir de vulcões; as de erosão, que surgem a
partir da erosão do relevo ao seu redor, levando milhões de anos para serem
formadas; as falhadas, originadas a partir de falhamentos na crosta, que geram
uma ruptura entre dois blocos terrestres, ficando soerguidos um sobre o outro;
e as dobradas, que se originam a partir dos dobramentos terrestres causados
pelo tectonismo. De todos esses tipos, o último é o mais comum.
A altura é a dimensão de sua base
para cima. Já a altitude é a medida que nos permite conhecer a elevação das
diferentes formas do relevo em relação ao nível médio do mar (altitude zero)
PLANALTOS
Planaltos são formas de relevo que apresentam superfícies mais ou menos planas e geralmente acidentadas e irregulares.
Os morros são formas de
relevo com topos arredondados e altitudes entre 300 e 900 metros
Já as serras são formas geralmente
alongadas, com fortes desníveis, cujas altitudes podem variar de 600 a 3000
metros.
As chapadas são formas com escarpas e topo plano. São constituídos em grande parte por camadas de arenito e em geral situam-se em altitudes acima dos 600 metros.
PLANÍCIE
São áreas planas e com baixas altitudes, normalmente muito próximas ao nível do mar. Encontram-se, em sua maioria, próximas a planaltos, formando alguns vales fluviais ou constituindo áreas litorâneas. Caracterizam-se pelo predomínio do processo de acumulação e sedimentação, uma vez que recebem a maior parte dos sedimentos provenientes do desgaste dos demais tipos de relevo.
DEPRESSÕES
São áreas rebaixadas que apresentam as menores altitudes da superfície terrestre. Quando uma localidade é mais baixa que o seu entorno, falamos em depressão relativa, e quando ela se encontra abaixo do nível do mar, temos a depressão absoluta. O mar morto, no Oriente Médio, é a maior depressão absoluta do mundo, ou seja, é a área continental que apresenta as menores altitudes, com cerca de 396 metros abaixo do nível do mar.
TRANSFORMAÇÕES DO RELEVO – AGENTES INTERNOS
As forças que atuam do interior para o exterior da Terra. Modificando a superfície do planeta, são provocadas pelos agentes internos ou endógenos. Os principais agentes endógenos são os movimentos das placas tectônicas, as erupções vulcânicas e os terremotos. Todos eles atuam na formação e na transformação do relevo terrestre e são também responsáveis pela origem de algumas formas, como as montanhas, as depressões e os vulcões.
As montanhas são formadas pela ação das placas
tectônicas, que se chocam e geram na superfície dobras ou soerguimentos.
As montanhas são classificadas por diversos autores de acordo com vários critérios, como origem, idade, altitude. A classificação mais comum está relacionada à origem. Segundo esse critério, as montanhas podem ser:
1. Montanhas de falhas: são originadas a partir de um falhamento na crosta terrestre. Quando dois blocos colidem, provocam rupturas nas rochas, originando as falhas, e um dos blocos acaba ficando soerguido em relação ao outro. (Exemplo: Pico Olancha, localizado nos Estados Unidos).
2. Montanhas de
dobramentos: são originadas a partir da ação de agentes internos de relevo,
principalmente o movimento das placas tectônicas. O choque ou atrito entre dois
blocos tectônicos gera o aparecimento de montanhas por causa do levantamento
das áreas. Esse tipo de montanha é uma formação recente, com elevadas altitudes
e datada na Era Cenozoica. Apresenta pouco desgaste erosivo. Exemplo:
Cordilheira dos Andes.
3. Montanhas vulcânicas: são
originadas a partir de vulcões (erupções vulcânicas), em atividade ou não. Por
esse motivo, apresentam grande quantidade de rochas magmáticas extrusivas.
Possuem altitudes médias.
4. Montanhas de erosão: são
originadas pelo desgaste das rochas que constituem o relevo da área em questão.
É um processo bastante prolongado: leva milhares de anos para acontecer. Essas
montanhas são formadas geralmente por rochas sedimentares e são relativamente
mais baixas.
As depressões são
formadas por meio de prolongados processos
erosivos. Normalmente podemos encontrar em suas laterais bacias
sedimentares. A erosão natural causada nessas bacias,
seja por agentes
exógenos (como água e vento), seja por agentes endógenos (como
tectonismo e vulcanismo), origina as depressões.
Quando forças advindas do
interior da Terra abalam a superfície terrestre, provocando o afundamento de
áreas, depressões são também formadas. Rochas cristalinas e rochas
sedimentares podem gerar depressões quando sofrem desgaste e geram
sedimentos que se acumulam nas áreas mais baixas.
O
vulcanismo é uma manifestação da geodinâmica da Terra, em que grandes
quantidades de matéria e energia são transferidas do interior da Terra para a
superfície. Conseguem distinguir-se em dois tipos de vulcanismo:
Vulcanismo primário - Pode ser,
essencialmente, de dois tipos: o vulcanismo central caracterizado pela presença
de um vulcão e vulcanismo fissural.
Vulcanismo Secundário - Refere-se a um conjunto de manifestações secundárias menos espetaculares que as verificadas no vulcanismo primário, como a libertação de gases ou\e água a temperaturas elevadas, com origem no interior da Terra. As manifestações deste tipo de vulcanismo podem ser fumarolas e nascentes ou fontes tremais.
A maioria dos abalos sísmicos é de origem natural da Terra, são chamados de sismos tectônicos. A força das placas tectônicas desliza sobre a astenosfera podendo colidir, afastar-se ou deslizar-se uma pela outra. Através dessas forças as rochas vão se alterando até seu ponto de tensão, posteriormente as rochas começam a se romper e liberam uma energia acumulada durante o processo de deslocamento. A energia então é liberada através de ondas sísmicas pela superfície e interior da Terra.
O Tsunami ou maremoto são ondas gigantes que podem se propagar em velocidade superior a 800 km/h. esses movimentos da água do mar são provocadas por terremotos ou tremores que ocorrem no fundo do mar.
CICLO DAS ROCHAS
O
ciclo das rochas é o processo de transformação das rochas, que mudam sua
composição mineralógica e propiciam a existência de seus três principais tipos:
magmáticas, metamórficas e sedimentares. A existência desse ciclo evidencia o
caráter dinâmico da litosfera terrestre, fruto tanto das ações dos agentes
endógenos quanto dos agentes exógenos de transformação da superfície.
Para
compreender o ciclo das rochas, é preciso primeiro entender como cada tipo se
origina.
Rochas magmáticas ou ígneas: essas rochas, como já
afirmamos, surgem do processo de resfriamento e solidificação do magma
(cristalização), que pode ou não ter se originado de rochas derretidas.
Rochas metamórficas: quando rochas
preexistentes (podendo ser magmáticas, sedimentares ou até outras rochas
metamórficas) passam por uma alteração em sua estrutura em virtude da elevação
ou diminuição das condições de temperatura e pressão (metamorfismo), surgem as
rochas metamórficas. Um exemplo é o calcário (rocha sedimentar) que se
transforma em mármore.
Rochas sedimentares: surgem a partir da compressão e junção de camadas de sedimentos, que se originam da fragmentação (ou sedimentação) de outros tipos de rochas preexistentes. Após a sedimentação dessas rochas, ocorre os processos de transporte e deposição que, após milhares de anos, dão origem às rochas sedimentares.
TRANSFORMAÇÃO DO RELEVO AGENTES
EXTERNOS
Os agentes externos são chamados também de agentes erosivos (chuva, vento, rios, etc.) eles atuam sobre as formas definidas pelos agentes.
O
Intemperismo é um processo que resulta em alterações físicas e químicas
nas rochas e em seus minerais. Os principais fatores que geram esse processo
são o clima e o relevo. Esse processo de transformação também pode ser chamado
de Meteorização.
Ø Intemperismo físico - provoca a desagregação da rocha sem alterar
sua composição - variação diária da temperatura, congelamento da água em fendas
nas rochas e variação na pressão sobre as rochas;
Ø Intemperismo químico - provocam a
decomposição da rocha, alterando sua composição - oxidação, solução e
hidrólise;
Ø Intemperismo biológico - provocam a
desagregação ou a decomposição da rocha - ação dos seres vivos.
A
formação do solo é
produto dos agentes externos nas rochas. Ele é formado por processos físicos,
químicos e biológicos. O processo de decomposição das rochas e formação do solo
pode durar centenas de anos.
Os solos são utilizados, por exemplo, para a obtenção de alimentos e o desenvolvimento de atividades econômicas, como a agropecuária, pois é neles que as plantas se fixam e crescem.
A erosão
Erosão é o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os seres vivos.
Erosão
Gravitacional
- esse tipo de erosão costuma ocorrer em localidades muito inclinadas, como em
cadeias montanhosas. Consiste na ruptura e transporte de sedimentos
proporcionados pela ação da gravidade, com a deposição gradual de partículas de
rochas das localidades mais altas para os pontos de menor altitude.
Erosão
eólica é
um tipo de erosão pelo vento com a retirada superficial de fragmentos mais
finos. A diminuição da velocidade do vento ou deflação ocorre frequentemente em
regiões de campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial
mais fino , permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos
adaptando a superfície erodida.
Erosão
pluvial
é provocada pela retirada de material da parte superficial do solo pelas águas
da chuva. Esta ação é acelerada quando a água encontra o solo desprotegido de
vegetação. A primeira ação da chuva se dá através do impacto das gotas d'água
sobre o solo. Este é capaz de provocar a desagregação dos torrões e agregados
do solo, lançando o material mais fino para cima e para longe, fenômeno
conhecido como salpicamento. A força do impacto também força o material mais
fino para abaixo da superfície, o que provoca a obstrução da porosidade
(selagem) do solo, aumentando o fluxo superficial e a erosão.
Erosão
marinha
é um longo processo de atrito da água do mar com as rochas que acabam cedendo
transformando-se em grãos. Esse trabalho constante atua sobre o litoral
transformando os relevos em planície e deve-se praticamente à ação de um fator
presente na termodinâmica: a convecção dos ventos, responsáveis pelo surgimento
das ondas, correntes e marés .
Erosão
glacia - as
geleiras (glaciares) deslocam-se lentamente, no sentido descendente, provocando
erosão e sedimentação glacial. Ao longo dos anos, o gelo pode desaparecer das
geleiras, deixando um vale em forma de U ou um fiorde, se junto ao mar.
Erosão
fluvial
é o desgaste do leito e das margens dos rios pelas suas águas. Este processo
pode levar a alterações no curso do rio.
Erosão
antrópica
é causada pelas ações humanas. Para construir casas e pontes, por exemplo, e
para produzir alimentos e bens que usam em seu dia a dia, os seres humanos
modificam a superfície terrestre.
O RELEVO E AS AÇÕES ANTRÓPICAS
Uma
das atividades humanas que contribuem para a erosão é a retirada da vegetação
para estabelecimento de áreas agrícolas. Tal prática altera as características
naturais do relevo, contribuindo para a movimentação intensa dos solos e das
rochas. Essa movimentação ocorre com mais frequência em encostas íngremes
ou em locais atingidos por chuvas intensas, o que pode provocar acidentes.
A remoção da vegetação
do entorno de rios, córregos, lagos etc. pode provocar acúmulos de sedimentos
nos corpos d`água. O assoreamento, como esse acúmulo de sedimentos é
chamado, pode alterar o curso dos rios ou até mesmo levar à extinção de sua
vazão, bem como das espécies de animais e plantas que dependem dela.
As
margens de um curso d`água compõem as várzeas ou planícies de inundação, com a
construção de edificações, ruas, avenidas etc., reduz a área de inundação e
também sua capacidade de infiltração, o que pode provocar problemas, sobretudo
nas grandes cidades, em virtude da ocorrência de enchentes e alagamentos.
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