BRASIL DIVERSIDADE CULTURAL
Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.
De um modo geral, podemos
dizer que a composição étnica brasileira é basicamente oriunda de três grandes
e principais grupos étnicos: os indígenas, os africanos e os europeus. Os
índios formam os agrupamentos descendentes daqueles que aqui habitavam antes do
período do descobrimento efetuado pelos portugueses. Com a invasão dos
europeus, boa parte dos grupos indígenas foi dizimada, de modo que várias de
suas etnias foram erradicadas.
Atualmente os indígenas vivem isolados, em reservas ou
nas cidades, muitos em precárias condições de vida. Lutando por seus direitos e
contra o preconceito e o descaso com sua cultura.
Já os negros africanos compõem
o grupo dos povos que foram trazidos à força da África e que aqui foram
escravizados, sustentando a economia do país durante vários anos por meio de
seu trabalho. Boa parte de nossa cultura, práticas sociais, religiões,
tradições e costumes está associada a valores oriundos desses povos. Dentre as
etnias africanas que vieram para o Brasil, destacam-se os bantos, os sudaneses
e outras populações.
No Brasil foram formadas a
comunidades de quilombos descendentes de negros que fugiram das fazendas de
açúcar, de café, da atividade mineradora e de outras a partir do século XVII.
Já os povos europeus que
vieram para o Brasil basicamente se formaram de populações portuguesas, além de
grupos franceses, holandeses, italianos, espanhóis e outros, que configuraram a
matriz étnica predominante no país, segundo vários estudos.
Há de se registrar também a
miscigenação dessas diferentes composições étnicas que habitam o Brasil. Por
miscigenação entende-se a mistura das diversas etnias, que deu origem a novas
populações que resguardaram traços físicos e também culturais de ambas as suas
matrizes.
A miscigenação entre brancos e
negros originou os povos chamados de mulatos. Já da mistura entre índios e
brancos surgiram os mamelucos, considerados como os primeiros brasileiros no
período após o descobrimento. Já a miscigenação entre índios e negros deu
origem aos cafuzos.
Na verdade, existem centenas
ou talvez milhares de agrupamentos diferentes ao longo do território
brasileiro, de modo que qualquer classificação sempre restringirá a um certo
limite algo que é muito mais amplo.
O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) classifica a população brasileira com base em
cinco tipos diferentes de raças: os brancos, os negros, os pardos, os amarelos
e os indígenas, cuja distribuição podemos observar no quadro a seguir,
elaborado com base em informações obtidas pelo Censo Demográfico de 2010:
População brasileira por cor ou raça, de acordo com o Censo de 2010
As regiões brasileiras apresentam
diferentes peculiaridades culturais.
No Nordeste, a cultura
é representada através de danças e festas como o bumba meu boi, maracatu,
caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A
culinária típica é representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e
frutos do mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa
de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. A
cultura nordestina também está presente no artesanato de rendas.
O Centro-Oeste
brasileiro tem sua cultura representada pelas cavalhadas e procissão do
fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A
culinária é de origem indígena e recebe forte influência da culinária mineira e
paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e guariroba, empadão
goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal – como o pintado, pacu e
dourado.
As representações culturais no
Norte do Brasil estão nas festas populares como o círio de Nazaré e
festival de Parintins, a maior festa do boi-bumbá do país. A culinária
apresenta uma grande herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos
como o tacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré e
mussarela de búfala são muito populares. As frutas típicas são: cupuaçu,
bacuri, açaí, taperebá, graviola, buriti.
No Sudeste, várias
festas populares de cunho religioso são celebradas no interior da região. Festa
do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a
peregrinação a Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba meu
boi, carnaval e peão de boiadeiro. A culinária é muito diversificada, os
principais pratos são: queijo minas, pão de queijo, feijão tropeiro, tutu de
feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa, pirão, etc.
O Sul apresenta
aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente,
alemães e italianos. Algumas cidades ainda celebram as tradições dos
antepassados em festas típicas, como a festa da uva (cultura italiana) e a
oktoberfest (cultura alemã), o fandango de influência portuguesa e espanhola,
pau de fita e congada. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão,
camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma
panela de barro) e vinho.
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