Características gerais do território brasileiro
O território brasileiro possui como característica principal
a sua grande extensão, o que o faz ser considerado como um país de dimensões
continentais, ou seja, apresenta uma área equivalente à de um continente,
detendo 8.514.876 km² de extensão. Por definição, todo país ou região que apresente
uma área maior que a da Austrália (7.692.024 km²) é considerado continental,
pois esse país equivale à extensão, quase totalmente, do menor continente
existente na Terra, a Oceania.
AS PRINCIPAIS UNIDADES DE RELEVO
O relevo brasileiro é caraterizado por baixas e médias altitudes. As formas de relevo predominantes são os planaltos e as depressões (formações de origem cristalina e sedimentar).
Ambos ocupam cerca de 95% do território, enquanto as
planícies, de origem sedimentar, ocupam aproximadamente 5%.
Assim, cerca de 60 % do território é formado por bacias sedimentares, enquanto cerca 40% por escudos cristalinos.
Classificação do Relevo
As três formas de relevo predominantes no Brasil são:
Planalto
Também chamados de platôs, os planaltos são terrenos elevados e planos marcados por altitude acima de 300 metros e que predominam o desgaste erosivo.
Quanto à isso, são classificados de acordo com formação geológica:
Ø Planalto
Sedimentar (formados por rochas sedimentares)
Ø Planalto
Cristalino (formados por rochas cristalinas)
Ø Planalto Basáltico (formados por rochas vulcânicas)
Planície
Terrenos planos com altitudes que não ultrapassam os 100 metros, nos quais predominam o processo de acumulação de sedimentos. Assim, podem ser:
Ø Planície
Costeira (constituídas pela ação do mar)
Ø Planície
Fluvial (constituídas pela ação de um rio)
Ø Planície Lacustre (constituídas pela ação de um lago)
Depressões
As depressões são formadas pelo processo de erosão, as depressões são terrenos relativamente inclinados e possuem altitudes abaixo das áreas ao seu redor (de 100 a 500 metros).
São classificadas em:
Ø Depressões
Absolutas (localizadas abaixo do nível do mar)
Ø Depressões Relativas (encontradas acima do nível do mar)
No território brasileiro há um predomínio de planaltos. Esse tipo de relevo ocupa cerca de 5.000.00 km2 da área total do país, do qual as formas mais comuns são os picos, serras, colinas, morros e chapadas.
AS
BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS
As bacias hidrográficas do Brasil são extensas e formadas por rios caudalosos e importantes para suas respectivas regiões, fazendo com que o país possua a maior reserva de água doce/potável do planeta. É importante recordar que as bacias hidrográficas consistem em uma grande área em que um rio principal é alimentado por outros rios ao seu redor, os afluentes.
Bacias
hidrográficas do Brasil
Bacia Hidrográfica Amazônica - a maior
bacia hidrográfica do país e do mundo possui uma área de drenagem de 5,8
milhões de km², abastecendo a população que vive em uma área de quase 7 milhões
de km². Dentro do Brasil, a Bacia Amazônica compreende os seguintes estados: Acre,
Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará.
Seu rio principal, o Amazonas, recebe três nomes ao longo de
seu curso. No Peru, onde está localizada a nascente, possui o nome de Rio
Marañón, assim chamado nos demais países andinos por onde corre. Quando entra
no Brasil, recebe o nome de Rio Solimões. Ao atingir as águas do Rio Negro,
torna-se Amazonas, considerado por muitos o maior rio do mundo.
Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia - considerada
a maior bacia em território brasileiro, a Bacia Tocantins-Araguaia possui uma
área de mais de 800 mil km², com destaques para os dois rios principais. O rio
Araguaia tem sua nascente no Mato Grosso e é a fronteira natural entre esse
estado e Goiás. Durante o inverno, ele diminui sua vazão, formando lindas
praias, que são bastante visitadas durante o período citado.
O rio Tocantins tem sua nascente em Goiás, no extremo norte
do estado, e recebe as águas do rio Araguaia na divisa com Tocantins (estado).
Juntos com seus afluentes e subafluentes, esses rios alimentam 7,5% do
território nacional nos seguintes estados: Distrito Federal Goiás, Maranhão Mato
Grosso Tocantins, Pará.
Bacia Hidrográfica do São Francisco - seu principal rio é o São Francisco. Ele nasce em Minas, na Serra da Canastra, e corre no sentido sul-norte. É um rio de extrema importância para a Região Nordeste, pois durante o período da estiagem, alimenta vários açudes, contribuindo para a sobrevivência do sertanejo (o homem do sertão) durante os períodos mais críticos.
Sua capacidade de drenagem alcança os seguintes estados: Alagoas,
Bahia, Minas Gerais, Pernambuco
Sergipe
(onde está a sua foz, na divisa com o território baiano).
Entre as polêmicas que cercam o Velho Chico, como o rio é popularmente conhecido nas regiões por onde passa, está a transposição para áreas interioranas, projeto esse que se iniciou em 1985 e se arrasta até os dias atuais.
Bacia Hidrográfica do Paraná, Paraguai e Uruguai – Bacia Platina
Esse conjunto de bacias hidrográficas pode ser uma das mais
importantes para o país em termos econômicos, pois está situada em uma região
que é considerada a mais rica do Brasil, além de abrigar a maior usina
hidrelétrica do mundo, a Usina de Itaipu, na fronteira com o Paraguai, no
estado do Paraná.
O Rio Paraná tem como afluentes principais o Rio Grande e o
Rio Paranaíba, além de ser a fronteira natural com o Paraguai e a Argentina, na
foz do rio Iguaçu. Seu curso apresenta vários desníveis e quedas d’água, o que
torna a Bacia do Paraná essencialmente de planaltos. Com isso, há um grande
potencial hidrelétrico, o que favoreceu a implantação da Usina de Itaipu.
A bacia do Rio Paraguai é basicamente de
planície, sendo amplamente utilizada para navegação e escoamento de produção
dos três países banhados por esse rio: Argentina, Brasil, Paraguai.
O Rio Uruguai, presente também em Santa Catarina e no Rio
Grande do Sul, possui grande potencial hidrelétrico, além de ser útil para os
agricultores brasileiros, uruguaios e argentinos.
Bacia Hidrográfica do Parnaíba - presente
no Nordeste brasileiro, essa bacia abriga três estados: Ceará, Maranhão, Piauí.
Sua localização faz com que muitos rios sejam intermitentes,
isto é, que secam na estiagem. O rio principal que dá nome a essa bacia recebe
água de vários afluentes, como o Rio Piauí e o Rio das Balsas.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental- considerada
pela ANA a bacia com a menor disponibilidade hídrica do país, está presente nos
seguintes estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba;
Pernambuco,
Alagoas.
Devido ao clima árido e semiárido, possui muitos rios
intermitentes, destacando-se o Rio Jaguaribe, o maior rio intermitente do
mundo.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental-com
três biomas presentes em sua área – Cerrado, Caatinga e Amazônia –, essa bacia
ocupa 3% do Brasil, no Maranhão e extremo leste do Pará. Os rios Itapicuru, Grajaú
e Pindaré são os principais contribuintes dessa bacia.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Leste- Essa bacia é formada
por rios que partem do Espírito Santo rumo ao Nordeste brasileiro, abrangendo: Minas
Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe.
Como destaque, há os rios Pardo e Jequitinhonha, sendo esse
último um importante recurso para a população do norte mineiro, área de extrema
pobreza devido à paisagem e ao clima árido. Entre as bacias hidrográficas
brasileiras, ela possui a segunda menor reserva hídrica do país.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Sudeste- uma das menores
bacias em termos de área ocupada, com 2,5% do território nacional. Devido a sua
localização, apresenta índices demográficos elevados, pois abriga os seguintes
estados: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná.
Como rios de destaque, podemos citar o Rio Paraíba do Sul e o
Rio Doce, usados para as indústrias do Sudeste e mineradoras no estado de Minas
Gerais, respectivamente.
Bacia Hidrográfica do Atlântico Sul- Essa
bacia possui grande importância turística, abrigando: São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul (com mais ênfase).
O
destaque fica com o Rio Guaíba, que abastece Porto Alegre e áreas adjacentes.
Importância das bacias hidrográficas para o Brasil
Costuma-se dizer que o Brasil possui um grande privilégio hídrico devido à quantidade de rios e aquíferos (águas subterrâneas) existentes em nosso território. De fato, é um privilégio ter toda essa riqueza enquanto algumas regiões do mundo sofrem com a seca e processos de desertificação de paisagens.
Entretanto, toda essa riqueza, se mal administrada ou mal
cuidada, pode acabar se tornando exaurível e imprópria para o consumo. Ter
grande disponibilidade de água no território significa ter grande
responsabilidade no cuidado dessa água, que é um recurso natural tão vital para
a sobrevivência dos seres humanos.
É imprescindível que os recursos hídricos sejam administrados
de forma eficiente e responsável, com planejamento que assegure a continuidade
e limpeza dos cursos dos rios. Políticas de saneamento básico, combate à
poluição, diminuição de fertilizantes e agrotóxicos que contaminem o solo e
campanhas de conscientização populacional sobre o consumo de água devem ser
feitos com rigor e atenção.
Há um tempo era consenso de que a água era um recurso
infinito, inesgotável. Mas sabemos que isso não é verdade, o que desperta na
sociedade civil e no poder público a necessidade de proteger áreas de
mananciais, nascentes e matas ciliares a fim de preservar esse recurso tão
necessário para o desenvolvimento da vida.
No território brasileiro ocorre uma grande diversidade
climática, pois o país apresenta grande extensão territorial com diferenças de
relevo, altitude e dinâmica das massas de ar e das correntes marítimas, todos
esses fatores influenciam no clima de uma região.
Tipos de clima do Brasil
Equatorial – Presente na Amazônia, ao
norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão, sofre ação direta das massas de ar
equatorial continental e equatorial atlântica, de ar quente e úmido. Apresenta
temperaturas médias elevadas (de 25 °C a 27 °C), chuvas durante todo o ano e reduzida
amplitude térmica (inferior a 3 °C).
Tropical – Clima do Brasil central, também
presente na porção oriental do Maranhão, extensa parte do território do Piauí,
na porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais, além de ser encontrado também
no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada
(18 °C a 28 °C), com amplitude térmica de 5 °C a 7 °C, e estações bem definidas
(uma chuvosa e outra seca). A estação de chuva ocorre no verão; no inverno
ocorre a redução da umidade relativa em razão do período da estação seca. O
índice pluviométrico é de cerca de 1,5 mil milímetros anuais.
Tropical de Altitude – É encontrado nas partes
mais elevadas, acima de 800 metros, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange
principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito
Santo. Está sob influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca
chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre 18 °C e 22 °C, e
amplitude térmica anual entre 7 °C e 9 °C. No inverno, as geadas ocorrem com
certa frequência, em virtude da ação das frentes frias originadas do choque
entre as massas tropical e polar.
Tropical Atlântico – Conhecido também como
tropical úmido, compreende a faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Paraná.
Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida,
provoca chuvas intensas. A temperatura varia de 18 °C a 26 °C, apresenta amplitude
térmica maior à medida que se avança em direção ao Sul. No Nordeste, a maior
concentração de chuva ocorre no inverno, já no Sudeste, ocorre no verão. O
índice pluviométrico médio é alto, de 2 mil milímetros anuais.
Subtropical – Ocorre nas latitudes abaixo
do trópico de Capricórnio. Está presente no sul do estado de São Paulo e na
maior parte do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É influenciado pela
massa polar atlântica, possui temperatura média anual de 18 °C e amplitude
térmica elevada (10 °C). As chuvas não são muito intensas, mil milímetros
anuais, porém, ocorrem de forma bem distribuída na região. Nessa região
climática do Brasil são comuns as geadas e nevadas. O verão é muito quente e a
temperatura pode ultrapassar os 30 °C. O inverno, bastante frio, apresenta as
temperaturas mais baixas do país, inferiores a 0 °C.
Semiárido – Ocorre no interior do Nordeste, na região conhecida como Polígono das Secas. Corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (média de 27 °C) e chuvas escassas e mal distribuídas, em torno de 700 milímetros anuais. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega ao litoral norte da região Nordeste e atinge o sertão, causando chuvas intensas nos meses de fevereiro, março e abril.
TIPOS DE
VEGETAÇÃO DO BRASIL
O tipo de vegetação de determinada região irá depender, primordialmente, do seu tipo de clima. Entretanto, essa regra aplica-se somente a vegetações naturais ou nativas, pois a formação vegetal é o primeiro elemento da paisagem que o homem modifica e, portanto, está em constante transformação.
O Brasil, por ter dimensões territoriais continentais, abriga
oito tipos principais de vegetação natural. São eles:
Floresta Amazônica: de clima equatorial e
conhecida como Amazônia Legal, abriga milhões de espécies animais e vegetais,
sendo de vital importância ao equilíbrio ambiental do planeta. Ela é
classificada como uma formação florestal Latifoliada, pois suas folhas são
largas e agrupam-se densamente, geralmente atingindo grandes alturas.
Mata Atlântica: caracterizada como uma
floresta latifoliada tropical e de clima tropical úmido, foi a vegetação que
mais sofreu devastação no Brasil, restando apenas 7% de sua cobertura original.
Era uma vegetação que se estendia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul,
mas que foi intensamente degradada pelos portugueses para a extração de madeira
e plantio de cana-de-açúcar.
Caatinga: é uma vegetação típica de clima semiárido,
localizada no Nordeste brasileiro.
Possui plantas espinhosas e pobres em nutrientes. Nos últimos anos, vem
sofrendo diversas agressões ambientais que causam empobrecimento do solo,
dificultando mais ainda o desenvolvimento dessa região.
Cerrado: típica do Planalto Central brasileiro e
de clima tropical semiúmido, é a segunda maior formação vegetal do Brasil.
Apesar de sua paisagem ser composta por árvores baixas e retorcidas, é a
vegetação com maior biodiversidade do planeta. Somente nos últimos anos é que
os ambientalistas vêm se preocupando com esse ecossistema, que sofre vários
danos ambientais causados pela plantação de soja e cana-de-açúcar e pela
pecuária.
Pantanal: localizada no Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, é considerada uma vegetação de transição, isto é, uma formação vegetal
heterogênea composta por diferentes ecossistemas. Em determinadas épocas do
ano, algumas porções de área são alagadas pelas cheias dos rios e é somente nas
estiagens que a vegetação se desenvolve.
Campos sulinos: também conhecidos como
“pampas” e característicos de clima subtropical, apresentam vegetação rasteira
com a predominância de capins e gramíneas.
Mata de Araucária: com a predominância de
pinheiros e localizada no estado do Paraná, é uma vegetação típica de clima
subtropical. Sua cobertura original é quase inexistente em razão da intensa
exploração de madeira para fabricação de móveis.
Mangues: é um tipo de vegetação de formação
litorânea, caracterizado principalmente por abranger diversas vegetações,
ocorrendo em áreas baixas e, logo, sujeito à ação das marés.
Professora:
Mirian de Oliveira Lira
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