A agricultura e a pecuária


Agricultura corresponde ao conjunto
de técnicas usadas para o cultivo de espécies vegetais. O responsável por
realizar a agricultura é o agricultor. O que é produzido na agricultura
destina-se ao mercado alimentício ou às indústrias como matéria-prima para
outros produtos, como o algodão, que é transformado em tecido.


Apesar do
grande desenvolvimento tecnológico e científico ocorrido nos últimos anos, elementos
naturais como o relevo, o clima, o solo e água ainda são fundamentais para o desenvolvimento
da agricultura.
O relevo
pode facilitar ou dificultar a prática agrícola. As áreas mais planas, por exemplo,
favorecem a agricultura por facilitar a mecanização e o escoamento da produção.
Nas áreas mais íngremes, de maior declividade, como morros ou montanhas, o uso
de máquinas e o transporte da produção agrícola são dificultados. Além disso,
há mais possibilidade de prejuízos coa a erosão, pois a inclinação do terreno
aumenta a velocidade de escoamento da água.
O
Clima existe
uma ampla relação entre clima e agricultura no espaço
rural. Isso acontece porque as práticas agrícolas são extremamente dependentes
das variações atmosféricas, o que quer dizer que alguns fatores, como a
quantidade de chuvas, a temperatura e outros elementos, interferem na produção
das lavouras.
O solo é um recurso
natural renovável que desempenha um papel fundamental na produtividade
agrícola, pois carrega em sua composição os nutrientes essenciais para as
plantas. Os solos mais apropriados para agricultura são os ricos em húmus,
matéria orgânica em decomposição que é componente para a fertilidade do
terreno.
A água, proveniente de rios
ou da chuva, é um elemento cuja falta ou excesso pode inviabilizar determinados
cultivos. Em muitos casos, a falta de chuva pode ser solucionada coma
irrigação. Já o excesso de água no solo pode ser resolvido com sistemas de
drenagem, que consiste na abertura de valas ou na implantação de drenos.
PRODUÇÃO
AGRÍCOLA

A
agricultura pode ser realizada de diferentes maneiras, adequando-se às
características do local onde é realizada e também ao mercado que consumirá os
produtos cultivados. Divide-se em dois tipos segundo a extensão da área e a
produtividade alcançada:
Agricultura
intensiva:
prática agrícola com muito capital investido, alta produtividade, mão de obra
qualificada e alto nível de mecanização. É realizada em áreas de grande
extensão, e a produção é destinada para a exportação.
Agricultura
extensiva:
prática agrícola com pouco capital investido, baixa produtividade, mão de obra
rudimentar, além de não haver emprego de tecnologias avançadas. É realizada em
pequenas propriedades rurais geralmente, e a produção destina-se ao mercado
interno.
Outros
tipos de agricultura
Agricultura
familiar: é realizada por famílias, e a produção volta-se para a
subsistência. A mão de obra é rudimentar, e o terreno é normalmente pequeno. A
agricultura familiar é extremamente importante para a economia, pois representa
80% da produção de alimentos.
Agricultura comercial: também conhecida como agricultura
moderna, representa o cultivo de um único produto agrícola cuja produção é
voltada para o mercado externo. É realizada em grandes extensões de terra,
possui alta mecanização e alta produtividade. Está associada a grandes impactos
ambientais, como desmatamento, exaustão do solo e perda de biodiversidade.
Agricultura Orgânica é um processo produtivo comprometido
com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos para garantir a
saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas
à realidade local de solo, topografia, clima, água, radiações e biodiversidade
própria de cada contexto, mantendo a harmonia de todos esses elementos entre si
e com os seres humanos.
Esse modo de produção assegura o
fornecimento de alimentos orgânicos saudáveis, mais saborosos e de maior
durabilidade; não utilizando agrotóxicos preserva a qualidade da água usada na
irrigação e não polui o solo nem o lençol freático com substâncias químicas
tóxicas; por utilizar sistema de manejo mínimo do solo assegura a estrutura e
fertilidade dos solos evitando erosões e degradação, contribuindo para promover
e restaurar a rica biodiversidade local; por esse conjunto de fatores a
agricultura orgânica viabiliza a sustentabilidade da agricultura familiar e
amplia a capacidade dos ecossistemas locais em prestar serviços ambientais a
toda a comunidade do entorno, contribuindo para reduzir o aquecimento global.
As práticas da agricultura orgânica,
assim como as demais sob a denominação de biológica, ecológica, biodinâmica,
agroecológica e natural, comprometidas com a sustentabilidade local da espécie
humana na terra, implicam em:
1. Uso da adubação verde com uso de
leguminosas fixadoras de nitrogênio atmosférico;
2. Adubação orgânica com uso de compostagem
da matéria orgânica, que pela fermentação elimina micro-organismos como fungos e
bactérias, eventualmente existentes em estercos de origem animal, desde que
provenientes da própria região;
3. Minhocultura, geradora de húmus com
diferentes graus de fertilidade; manejo mínimo e adequado do solo com plantio
direto, curvas de níveis e outras para assegurar sua estrutura, fertilidade e
porosidade;
4. Manejo da vegetação nativa, como
cobertura morta, rotação de culturas e cultivos protegidos para controle da
luminosidade, temperatura, umidade, pluviosidade e intempéries;
5. uso racional da água de irrigação seja
por gotejamento ou demais técnicas econômicas de água contextualizadas na
realidade local de topografia, clima, variação climática e hábitos culturais de
sua população.
PRODUTOS AGRÍCOLAS NO
BRASIL
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Os produtos agrícolas brasileiro costumam ser divididos em
dois grupos: as culturas destinadas ao fornecimento de alimento para a
população, como milho, mandioca, feijão, arroz, frutas, verduras e legumes; e
as culturas destinadas à exportação ou à indústria, com destaque para as plantações
de soja, café, algodão, trigo e cana-de- açúcar.
Essa divisão, porém, não é uma regra. Por um alado,
muitos voltados para atender ao consumo interno podem ser exportados em grandes
quantidades, como é ao caso da laranja. Por outro lado, os produtos voltados
para exportação são também consumidos internamente. Na maioria das vezes,
exporta seu melhor sobrando para o mercado interno os produtos de qualidade inferior.
Geralmente, os produtos mais consumidos no país são
cultivados pela agricultura familiar em pequenas propriedades, e os de
exportação, nas média e grandes propriedades, pelo agronegócio.
O agronegócio é responsável por boa parte das exportações
do Brasil e tem destaque no senário mundial devido a seu alto produtividade. O país
figura entre os maiores produtores de soja e de milho do planeta. Na safra de
2016-2017, foi o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos
Estados Unidos.
PECUÁRIA


A pecuária é uma
atividade econômica que consiste na criação e na reprodução de animais. O objetivo
da pecuária é a criação de animais para fins econômicos e também para o
consumo. Fazem parte da pecuária a criação de rebanhos: bovino (bois
e vacas), suíno (porcos), ovino (ovelhas e carneiros), caprino (cabras e
bodes), equino (cavalos), muar (mulas), asinino (jumentos) e bufalino
(búfalos).
Os animais criados
pelos seres humanos precisam de alimentos produzidos pela agricultura para viver,
assim como a agricultura, em alguns lugares, necessita de animais para o
transporte de produtos agrícolas como tradição para movimentar o arado. Além disso,
em muitos casos, as fezes e a urina dos animais são usadas como esterco (adubo
orgânico) para o solo.
Na atividade pecuária, são criados de diferentes portes: os de grande porte
(bovinos), o cavalo (equino), o búfalo (bufalino), a mula (muar) etc.; os de médio
porte são o porco (suíno), a cabra (caprino), a ovelha (ouvido) etc.; os de pequeno
porte são as aves (avícolas), as abelhas (apículas) etc.
O principal objetivo da pecuária é obter carne, leite,
ovos, gordura, couro, ossos, penas, mel e cera, que podem ser usados como
alimentos ou como matéria-prima para indústria.
Sistema de produção
pecuária
Pecuária extensiva, consiste na criação a
pasto, geralmente sem grandes investimentos e com a ocupação de grandes áreas,
podendo ser realizada tanto em grandes latifúndios quanto em pequenas áreas
familiares. É o cultivo do gado solto, com certa liberdade, considerado ideal
para o chamado “gado de corte”.
As principais vantagens da pecuária extensiva é a baixa
necessidade de investimentos, embora ainda existam gastos com reposição mineral
e suplementação, a depender do tipo de animal que está sendo cultivado. Já as
desvantagens são a necessidade de ocupação de grandes áreas, o que pode gerar
problemas ambientais, a disponibilidade de pasto e a carência que a alimentação
do gado nesse tipo de criação possui.
Pecuária
intensiva é considerada
mais moderna e consiste no cultivo de animais pelo confinamento e adoção de
procedimentos tecnológicos, incluindo manipulação genética, inseminação
artificial, entre outras estratégias de produção.
A principal desvantagem da pecuária
intensiva são os elevados custos de produção e a baixa necessidade de mão de
obra (baixa geração de empregos), que deve ser especializada. Já entre as
vantagens, podemos citar o aumento da produtividade e a ocupação de pequenos
espaços. Na pecuária intensiva, a produção conta com uma maior modernização e
confinamento.
Pecuária semi-extensiva é o sistema de criação de gado à solta,
porém com alguns cuidados quanto à seleção e ao aprimoramento do rebanho. Não
existe um padrão de atuação para o modelo de pecuária semi-extensiva e na
prática é um mescla da pecuária extensiva com a pecuária intensiva em alguma
proporção.
A pecuária no Brasil

Bovinos – é o mais numeroso do país e está concentrado no Centro-oeste
do país. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
o rebanho de bovinos em 2015 era de 209 milhões de cabeças.
A produção de suínos (suinocultura) é a terceira
do país, com destaque para a criação intensiva nos estados de Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, Monas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul.
A criação de aves (avicultura) é a maior produção
do Brasil. Essa atividade é praticada com técnicas modernas. Nas granjas, por
exemplo, os ovos são chocados por incubadoras ou chocadeiras elétricas, que
controlam a temperatura e diminuem o tempo de incubação. A alimentação das aves
é controlada e constituída somente de rações que estimulam a produção de ovos,
aceleram o processo de crescimento para o abate e evita doenças.
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