O espaço rural e suas paisagens
No espaço rural
predomina as atividades do setor primário, segmentos da economia que
produzem matérias primas, como a agricultura, a pecuária, a pesca e o
extrativismo mineral. É um grande setor em países
subdesenvolvidos: na África, a maioria dos
países tem suas populações vivendo de agricultura
de subsistência.
A agricultura é mais do que simplesmente
semear e colher. A atividade engloba obtenção de energia, medicamentos,
ferramentas, fibras, matéria-prima para roupas, entre outros. Devido à
modernização e a chegada das máquinas nas áreas de cultivo, a agricultura se
divide em dois tipos: a tradicional e a moderna.


DIFERENTES PAISAGENS RURAIS
As propriedades rurais são classificadas
segundo o nível tecnológico aplicado na pecuária e agricultura, com isso os
Agrossistemas podem ser:
A agricultura tradicional, também
chamada de agricultura de subsistência em algumas regiões, pode ser entendida
como aquela praticada há milhares de anos e que teve início com os camponeses
das antigas civilizações e comunidades indígenas. Nessa atividade, há o uso da
mão de obra direta, ou seja, aquela que não há intervenção de nenhum
maquinário, assim como priorizam o uso de recursos naturais no desenvolvimento
do trabalho.
Hoje
em dia, agricultura tradicional é feita em pequenas propriedades e geralmente
são destinadas apenas a subsistência das famílias que praticam o cultivo. Os
produtos não são comercializados em grande escala.
Além disso, o solo também recebe um
tratamento diferenciado nesse tipo de agricultura, pois não é utilizado nenhum
tipo de veneno ou composto que acelere a produção das sementes plantadas. Sendo
uma boa alternativa para ter produtos mais saudáveis.
Já a agricultura moderna é um
processo mais elaborado e estruturado, pois faz uso de maquinários e
planejamentos. Essa atividade surgiu na Revolução Industrial e tem por objetivo
principal abastecer diversos comércios, assim como acelerar o desenvolvimento
das sementes cultivadas.
Esse
processo facilitou a exportação de muitos produtos em um pequeno espaço de
tempo e por um custo relativamente vantajoso. Em contrapartida, o uso de
fertilizantes aumentou de uma forma, que os itens produzidos também
apresentavam qualidade inferior, já que tinham deixado de ser tão naturais como
antes.
Pecuária Tradicional: Criação de gado sem
preocupação com a genética, com a saúde animal, com a qualidade das pastagens,
os animais são criados soltos em grandes áreas sem receber maiores cuidados e
com baixa produtividade.
Pecuária Moderna: E a criação a
partir de cuidados com a genética, analisando as vantagens da criação de uma
determinada raça, utilização de medicamentos, além de acompanhamento de um
veterinário. Nesse sistema de criação a área pastoril é de pastagens de
qualidade e com elevado índice de produtividade.
Além da pecuária, no campo são praticados
outros tipos de criação, como peixes (piscicultura) e as aves (avicultura).
As paisagens com predomínio de elementos
naturais transformadas pelo extrativismo – extração de recursos minerais,
vegetais e animais – também são considerados espaços rurais. A extração mineral,
por exemplo, modifica o relevo original, elimina a vegetação e escava o solo.
A tecnologia aplicada ao extrativismo
pode variar de instrumento simples a modernos equipamentos.
A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
A modernização que
gradativamente alcança o espaço rural é resultado da intensificação de capital
empregado na produção rural sob a forma de máquinas, defensivos químicos,
engenharia genética, serviços meteorológicos, além de avançadas técnicas de
irrigação, manejo de animais, preparação do solo e assessoria tecnológica e
financeira. Dessas transformações surge a categoria de empresas
rurais, que em quase nada se assemelham às práticas que remontam ao
surgimento das primeiras atividades agrícolas.
O agronegócio, caracteriza-se
pela seleção de sementes, pela aplicação de fertilizantes, pelo uso de máquinas
no preparo do solo, no plantio e na colheita, além do acompanhamento de todas
as etapas da produção por técnicos e engenheiros agrícolas, o que contribui
para o aumento da produtividade.
A expressão Revolução
Verde refere-se à invenção e disseminação de novas sementes e
práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento
na produção agrícola a partir da década de
1960 nos Estados
Unidos e na Europa e, nas décadas seguintes, em outros países.[1] É
um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por
meio do uso intensivo de insumos industriais, mecanização e
redução do uso de mão-de-obra.
A revolução ver de
provocou várias mudanças na produção agrícola. Entre elas podemos destacar:
Ø mecanização do trabalho,
com substituição do trabalho humano por máquinas;
Ø utilização do sistema
de irrigação;
Ø utilização contínua de
fertilizantes químicos, produzidos industrialmente desde o início do século XX
e melhorados após a Segunda Guerra Mundial;
Ø aplicação de venenos
químicos, os pesticidas, para o controle de pragas agrícolas;
Ø plantio de sementes de
alta produtividade, desenvolvidas com técnicas de melhoramento genético, que
aumentam a produtividade por hectare.
Revolução genética
O avanço das pesquisas
genéticas nas ultimas décadas modernizou ainda mais a agricultura e deu início
ao uso de sementes transgênicas, que são modificadas geneticamente com o
objetivo de melhorar a produtividade agrícola e a resistência dos cultivos às pragas.
Elas são utilizadas em muitos países do mundo, incluindo o Brasil, mas têm seu
uso regulamentado em alguns locais, como na Europa, pois podem afetar o meio
ambiente e a saúde humana.
Efeitos da modernização
Uma das principais vantagens do processo
de modernização do campo foi o aumento significativo da produtividade,
incluindo a geração e distribuição de alimentos pelo mundo, o que contrariou
perspectivas pessimistas que acreditavam que o crescimento populacional
superaria a disponibilidade de recursos. Outro ponto positivo foi a menor
necessidade de utilização de agrotóxicos nas lavouras em razão da melhoria
genética das plantas, embora eles ainda sejam utilizados em larga escala.
Dos pontos negativos do processo de
mecanização do campo – ou as críticas geralmente direcionadas a tal ocorrência
– destaca-se o desemprego estrutural gerado entre os trabalhadores rurais.
Houve uma significativa substituição do homem pela máquina nos sistemas de
cultivo, o que intensificou a prática do êxodo rural, apesar de a modernização
agrícola não ter sido a única responsável por esse processo.
USO DO SOLO NA AGRICULTURA
As atividades agrícolas
provocam significativas modificações na paisagem rural ao estabelecer diferentes
formas de uso do solo, que variam conforme os elementos naturais presentes em
cada região.


Rotação de terras
Rotação de culturas é uma técnica
agrícola que alterna, de maneira ordenada e planejada, diferentes
culturas em uma mesma área em um dado período. Essa técnica de plantio
tem como objetivo a conservação do solo e a consequente
redução de sua exaustão.
Nessa prática, por
exemplo, uma espécie vegetal não é repetida na mesma área ao longo de um
período estabelecido. É viável que se alternem espécies de sistemas radiculares
(raízes) diferentes a fim de amenizar os efeitos de compactação do solo.
As espécies escolhidas devem apresentar, além de vantagem comercial, um
propósito de recuperação do solo.
Principais objetivos
·
Conservação do solo;
·
Melhoria e manutenção da fertilidade do solo;
·
Melhor aproveitamento do maquinário e da mão de obra;
·
Diminuição da incidência de pragas, doenças e plantas
daninhas;
·
Aumento do teor de matéria orgânica no solo;
·
Estruturação e descompactação do solo;
·
Estabilização da produtividade das espécies cultivadas.
Terraceamento
O terraceamento é
uma técnica
agrícola implantada em áreas de vertentes muito inclinadas a
fim de barrar o avanço de processos erosivos pelo escoamento acelerado das
águas das chuvas sobre o solo. Basicamente, a técnica consiste no parcelamento
do terreno, dividindo-o em rampas inclinadas, de modo que a velocidade da água
é reduzida e seus impactos são minimizados.
A técnica do terraceamento foi desenvolvida pela civilização
Inca, que enfrentava dificuldades geográficas de se estabelecer em uma região
montanhosa e, ao mesmo tempo, muito chuvosa. Por isso, desenvolveu essa forma
de produzir os seus alimentos, que foi utilizada por cerca de um século.
Atualmente, a utilização do
terraceamento é mais comum no
sudeste do continente asiático, sobretudo no Vietnã, onde a produção
de arroz é predominante.
IRRIGAÇÃO NA AGRICULTURA
A irrigação é uma
técnica de fornecimento de água que, quando utilizada em conjunto com as
demais boas práticas agronômicas permite alcançar máxima
produção. No Brasil, a agricultura irrigada está presente em todas as regiões,
especialmente onde há escassez de água, como é o caso da região do semiárido,
ou onde ocorrem períodos prolongados de seca, como na região central.
O uso da técnica de fornecimento de água tem como objetivo
1. Aumentar a
produtividade;
2. Reduzir perdas na
produção;
3. Minimizar os riscos
climáticos e meteorológicos (seca e estiagem);
4. Auxiliar na aplicação
de insumos.
A irrigação é uma
técnica que tem como objetivo suprir as necessidades hídricas de uma área
plantada em decorrência à baixa disponibilidade hídrica ou a má distribuição das
chuvas. Os principais tipos de irrigação utilizados atualmente são a
superficial, a localizada e a aspersão.


Irrigação superficial
Neste tipo a água é
conduzida para o ponto de infiltração diretamente pela superfície do solo. Os
sistemas de irrigação mais comuns para esse tipo são as irrigações por
inundações e as irrigações por sulcos. Esse tipo de irrigação é bastante
utilizado no sul do Brasil e na produção de arroz.
Vantagens:
·
Baixo
custo de
implantação, energia e manutenção;
·
Favorece
o aumento da fotossíntese nas folhas mais baixas, devido ao
reflexo da luz na água;
·
O vento não
limita a irrigação;
·
Promove
a fixação do nitrogênio atmosférico, em decorrência ao
favorecimento do crescimento de algas verde-azuis.
Desvantagens:
·
Água
parada pode prejudicar as plantas, principalmente pela diminuição da respiração
das raízes;
·
Bastante
dependente da declividade do solo;
·
Erosões frequentes nos sulcos;
·
Ocorrem
perdas de água por percolação.
Irrigação
localizada
Neste tipo a água é aplicada na área
ocupada pelas raízes das plantas, formando um círculo
molhado ou faixa úmida. Essa técnica é muito utilizada nos
dias atuais, sendo muito aplicada na produção de frutíferas. Os
dois sistemas básicos na irrigação localizada são a microaspersão e
o gotejamento.
Vantagens:
·
Baixo
custo de mão-de-obra e de energia;
·
Elevada eficiência de
aplicação, como a água é aplicada diretamente na raiz, ocorrem poucas perdas
por evaporação;
·
Facilidade
e eficiência na aplicação de fertilizantes, com a fertirrigação;
·
Grande adaptação aos
diferentes tipos de solo;
·
Mantém
o solo uniformemente úmido e com oxigênio.
·
O
vento e a declividade do terreno não limitam a irrigação;
Desvantagens:
·
Alto
custo inicial,
devido à grande quantidade de tubulações;
·
Bastante
sensível ao entupimento dos orifícios de saída de água;
·
Diminuição
da profundidade das raízes, devido à constante disponibilidade de
água, isso pode diminuir a estabilidade da planta.
Irrigação
por aspersão
Esse tipo simula uma chuva artificial onde
um aspersor expele água para o ar, que por resistência aerodinâmica se
transformam em pequenas gotículas de água que caem sobre o solo e plantas. Seus
principais sistemas são a convencional, o pivô-central e o auto-propelido.
Vantagens:
·
Baixo
custo de
mão-de-obra;
·
Elevada eficiência de
aplicação;
·
Facilidade
e eficiência na aplicação de fertilizantes, com a fertirrigação;
·
Melhor
controle da lâmina de irrigação;
Desvantagens:
·
Aumenta
o desenvolvimento de doenças, devido as folhagens úmidas;
·
Elevados custos iniciais,
de energia e de manutenção;
·
Limitada
pelo vento e pela declividade do terreno;
·
Pode
causar danos ao solo, devido ao escoamento de água nas
proximidades.
PROBLEMAS
AMBIENTAIS NO CAMPO


Desmatamento
Além da exploração da
madeira, as atividades agropecuárias são responsáveis por grande parte do
desmatamento do planeta. Atualmente, muitas florestas e outros tipos de
vegetação se encontram ameaçados pela expansão dos pastos para criação de gado.
A degradação do solo
Técnicas inadequadas de uso do solo, desmatamento,
irrigação sem os devidos cuidados, poluição por agrotóxicos e erosão são alguns
problemas responsáveis pela degradação do solo.
As atividades agropecuárias ampliam a erosão, tornando-a
mais intensa do que em condições naturais. A vegetação é um importante
instrumento de defesa do solo contra a erosão. Os restos vegetais, como folhas
e galhos, também têm um papel importante, pois retém a água e dificulta o
escoamento superficial. Com o desmatamento, ou seja, a retirada da vegetação, o
solo fica desprotegido. O impacto das gotas de chuva sobre o solo sem cobertura
vegetal é bastante prejudicial.
Se o terreno é inclinado e a chuva é muito intensa,
ocorrem as enxurradas, que transportam materiais como solo, areia e vegetação
para as áreas mais baixas, como o leito de um rio. A acumulação desse material pode
provocar o assoreamento dos curso d´água.
Outro efeito do desmatamento e da atividade agropecuária
é a compactação da camada do solo pelo uso de máquinas pesadas e pelo pisoteamento
do gado, o que impede a absorção da água e dos nutrientes.
Efeitos da queimada
Utilizada para limpar e preparar o solo para o plantio, a
queimada ainda é uma prática comum entre agricultores, principalmente com menos
recursos financeiros. No entanto usar o fogo com esses objetivos não traz
nenhum benefício ao produtor. Pelo contrário. Essa prática primitiva causa
danos ao solo e aos demais recursos naturais.
A
queimada elimina nutrientes essenciais às plantas, como nitrogênio, potássio e
o fósforo. A flora e a fauna são prejudicadas. Além disso, a prática reduz a
umidade do solo e acarreta a sua compactação, o que resulta no desencadeamento
do processo erosivo e outras formas de degradação da área.
A queimada contribui,
significativamente, para a degradação e redução da capacidade produtiva da
terra. E como o solo é a base de todo o sistema agrícola, gera
prejuízos na produtividade das culturas e aumenta os custos de produção. Os
impactos são sociais, econômicos e ambientais. Isso traduz a importância da
conscientização dos produtores, no sentido de não utilizarem esta prática.
Fertilizantes químicos e
agrotóxicos
A agricultura se
sustenta com a ajuda dos fertilizantes químicos, se não fosse por eles não
seria possível produzir a grande demanda de alimentos necessária para abastecer
a população mundial. Mas juntamente com estes benefícios vem a poluição de
rios, lagos e mares. A razão de os poluentes estarem ligados à plantação de
verduras e legumes você fica sabendo agora.
Os fertilizantes contêm
em sua composição nitratos e fosfatos, e uma vez lançados nas lavouras são
posteriormente arrastados com a água das chuvas para o leito dos rios ou se
infiltram no solo, indo para os lençóis freáticos e mananciais. Esses
compostos, quando presentes na água, aumentam consideravelmente a população de
algas e plantas, pois como o próprio nome diz, eles tornam o solo fértil. E a
consequência desse distúrbio na vegetação aquática é a Eutrofização.
O fenômeno de
Eutrofização é causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos
ricos em fósforo ou nitrogênio) num corpo de água. O excesso de algas logo
entra em decomposição, aumentando o número de micro-organismos decompositores e
diminuindo a quantidade de oxigênio dissolvido (OD) da água.
e muito bom esse texto
ResponderExcluirE MUITO BOM OBRIGADO
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