A HETEROGENEIDADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA



            O povo brasileiro é o resultado de séculos de miscigenação entre diversos povos, principalmente indígenas, africanos e europeus, que aos poucos incorporaram características físicas e culturais uns dos outros.
            Essa diversidade se reflete em aspectos culturais, como a língua oficial do país (que é portuguesa, mas possui muitas palavras de origem indígena e africana), as religiões, a culinária e a música; e nas características físicas das pessoas, como a cor da pele e dos cabelos e a fisionomia.
            A composição da população é diferente em cada estado do Brasil. Ela reflete o processo de ocupação que ocorreu em diferentes partes do território brasileiro.
           
POVOS INDÍGENAS

A população indígena no Brasil representa um grande contingente de povos indígenas que, ao longo dos anos, sofreu um considerável decréscimo, seja por extermínio, seja por doenças trazidas pelos colonizadores. Esses povos já habitavam o território brasileiro muito antes da chegada dos portugueses e estão distribuídos nas cinco regiões do país. Muitos povos já entraram em contato com os costumes não indígenas, contudo, alguns grupos ainda vivem isolados.

POVOS AFRICANOS

Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 4 milhões de africanos de diversos grupos étnicos foram escravizados e trazidos para o Brasil pra trabalhar nas lavouras de cana ´de açúcar e tabaco, na mineração e em outras atividades econômicas.
Muitos aspectos do cotidiano do povo brasileiro são legados desses povos que vieram da África, incluindo estilos musicais e artísticos, costumes culinários, manifestações culturais religiosas, além de diversas palavras que usamos no dia a dia.
Também existem centenas de comunidades quilombolas no Brasil, que são grupos de ancestralidade africana remanescentes de antigos quilombos ou formados após o fim da escravidão. A luta atual desses povos é para que sejam socialmente incluídos e que suas terras sejam reconhecidas e preservadas.
Muitos brasileiros afrodescendentes (descendentes de povos africanos) ainda sofrem com preconceito, um grave problema a ser combatido por todas as esferas da sociedade


OS IMIGRANTES
           
            Grande parte da população brasileira é formada por descendentes de pessoas vindas de diferentes partes do mundo. A chegada de imigrantes ao Brasil, principalmente em busca de trabalho e melhores condições de vida, ocorreu de maneira particularmente intensa entre meados do século XIX e meados do século XX, quando muitos europeus (principalmente portugueses, italianos, espanhóis, alemães) e asiáticos (sérios libaneses, japoneses, entre outros) chegaram ao país.
            Nos últimos anos, muitos imigrantes provenientes dos países vizinhos, principalmente Bolívia, Argentina e Uruguai, vêm se fixando no Brasil. Em contrapartida, muito brasileiros são emigrantes, pois se mudam para outros países.

MIGRAÇÕES EXTERNAS  NO BRASIL

Migrações externas correspondem a todo fluxo populacional que se desloca do Brasil ou de outras nações em direção a diversos países, especialmente os desenvolvidos. O conceito de migração segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) está ligado à mobilidade de pessoas que ocorre no espaço geográfico entre distintos lugares, quando um indivíduo se fixa em determinado território.
A cada ano, muitos brasileiros saem do país em direção às áreas de atração na esperança de encontrar novas oportunidades e perspectivas para alcançar uma melhor qualidade de vida. Geralmente, essas pessoas buscam isso em países desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, Japão, Canadá e, recentemente, em países vizinhos, tais como Paraguai, Uruguai, Venezuela e outros. Apesar da grande expectativa gerada, muitos se frustram e não conseguem alcançar seus objetivos.
migração externa altera o número de habitantes dos países envolvidos no fluxo, uma vez que o país de origem do migrante perde em número de população, enquanto o país de destino cresce em número de habitantes.
O deslocamento de saída de um brasileiro é denominado de emigração, nesse caso o Brasil é considerado como uma área de repulsão ou refluxo. A entrada de pessoas no Brasil com a intenção de fixar-se definitivamente é denominada de imigração, e o país em questão é tido como uma área de atração ou afluxo.
Diante desses conceitos, verifica-se que uma pessoa é ao mesmo tempo um imigrante, pois está fora de seu país de origem, e emigrante, por ter deixado esse mesmo país de origem.
A emigração é produto de vários fatores, como guerras, conflitos civis, catástrofes ambientais, embora os motivos principais sejam as questões ligadas aos problemas econômicos e sociais de uma determinada população.

MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL

Migração
 consiste no ato da população deslocar-se espacialmente, ou seja, pode se referir à troca de país, estado, região, município ou até de domicílio. As migrações podem ser desencadeadas por fatores religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais.
migração interna corresponde ao deslocamento de pessoas dentro de um mesmo território, dessa forma pode ser entre regiões, estados e municípios. Tal deslocamento não provoca modificações no número total de habitantes de um país, porém, altera as regiões envolvidas nesse processo.
No Brasil, um dos fatores que exercem maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem econômica, uma vez que o modelo de produção capitalista cria espaços privilegiados para instalação de indústrias, forçando indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida e à procura de emprego para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência.
Um modelo de migração muito comum no Brasil, que se intensificou nas últimas cinco décadas, é o êxodo rural, ou seja, a migração do campo para a cidade. O modelo econômico que favorece os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades agrícolas têm como consequência a expulsão da população rural.
região Sudeste do Brasil, até o final do século XX, recebeu a maior quantidade de fluxos migratórios do país, principalmente o estado de São Paulo, pelo fato de fornecer maiores oportunidades de emprego em razão do processo de industrialização desenvolvido.
No entanto, nas últimas décadas, as regiões Centro-Oeste e Norte têm sido bastante atrativas para os migrantes, pois após a década de 1970, a estagnação econômica que atingiu e ainda atinge a indústria brasileira afetou negativamente o nível de emprego nas grandes cidades do Sudeste, gerando pouca procura de mão de obra, ocasionando a retração desses fluxos migratórios. Assim, as regiões Norte e Centro-Oeste, que já captavam alguma parcela desse movimento, tornaram-se destinos da migração interna do Brasil.
As políticas públicas para a ocupação do oeste brasileiro foram determinantes para esse redirecionamento dos fluxos migratórios no Brasil. A construção de Brasília, os investimentos em infraestrutura, novas fronteiras agrícolas, entre outros fatores, contribuíram para essa nova distribuição.
O Sudeste continua captando boa parte dos migrantes brasileiros. A região recebe muito mais gente do que perde. O Centro-Oeste também recebe mais migrantes do que perde, sendo, atualmente, o principal destino dos fluxos migratórios no Brasil. O Sul e o Norte são regiões onde o volume de entrada e saída de migrantes é mais equilibrado. A Região Nordeste tem recebido cada vez mais migrantes, sendo a maioria proveniente do Sudeste (retorno), porém, continua sendo a região que mais perde população para as demais.

TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL

Êxodo rural é o termo pelo qual se designa a migração do campo por seus habitantes, que, em busca de melhores condições de vida, se transferem de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a outras, podendo ocorrer de áreas rurais para centros urbanos.
Migrações intrarregionais como o próprio nome sugere (“intra=entre região”) acontece quando as pessoas migram dentro de uma mesma região (movimento de imigrantes dentro de um próprio estado ou região, etc.).
As migrações inter-regionais são aquelas que ocorrem dentro do território nacional e entre as regiões geográficas. Na história do Brasil, as migrações dessa espécie estiveram e ainda estão relacionadas a ciclos econômicos, que atraem a população que busca conquistar melhorias econômicas e benefícios sociais.

Migrações temporárias

·         Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada às estações do ano. É uma migração temporária, onde o migrante sai de um determinado local, em determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano. É conhecida também de transumância. É o que acontece, por exemplo, com os sertanejos do Nordeste brasileiro.
·         Migração pendular: tipo de migração característico de grandes cidades e regiões metropolitanas, no qual centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as manhãs de sua casa (em determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que fica em outro município), retornando no final do dia.
·         Nomadismo: tipo de migração que se caracteriza pelo deslocamento constante de populações em busca de alimentos, abrigo etc. Esse tipo de migração é típico de sociedades primitivas e por conta disso encontra-se em extinção.
           

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