GLOBALIZAÇÃO E MEIO AMBINETE

 



            Com a globalização, entramos no século XXI extraindo cada vez mais recursos naturais, por exemplo, construir moradias, irregular plantações e fornecer matérias-primas para a indústria. Além disso, boa parte desses recursos é explorada ilegalmente ou sem planejamento adequado, aumentando a degradação do meio ambiente comprometendo a demanda das gerações futuras.

            Uma característica marcante do início do século XXI é o agravamento, em âmbito global, de problemas ambientais que afetam a vida de milhões de pessoas, como a poluição do ar, o desmatamento indiscriminado, a escassez de águas potável e as mudanças climáticas.

 


O CONSUMO E A PRODUÇÃO DE LIXO

          A oferta abundante de produtos, a indução ao consumo e a obsolescência  programada levam as pessoas a comprar mais do que necessitam. O consumo excessivo levanta a questão sobre a utilização em escala crescente dos recursos naturais do planeta, com a intensificação da intervenção humana no ambiente terrestre.

O ciclo do consumo é alimentado pela busca de lucros cada vez maiores por parte das empresas e pela entrada de mercados emergentes, que ampliam as perspectivas de agravamento do consumismo nas próximas décadas.

Atualmente, em vários países desenvolvidos, vem aumentando o desperdício e a quantidade de lixo produzido.

Atualmente, o volume de lixo sólido produzido no mundo é de 1,3 bilhões de toneladas por ano, e as expectativas são de que, em 2025, chegue a 2,2 bilhões de toneladas por ano. Estados Unidos, Nova Zelândia e Noruega são os países que mais geram lixo no mundo: mais de 2,5 kg por dia.

 

A QUESTÃO DA ÁGUA


            Associado ao aumento da população industrial e agrícola, o abastecimento de água é um problema que se coloca como risco imediato à vida na Terra. Alguns países sofrem com a carência de água potável.

Os problemas no consumo

            De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2015, parte significativa do consumo de água no planeta correspondia a irrigação agrícola, o que indica que envolve aumento da oferta de alimentos, mas também que a atividade tem um padrão insustentável de utilização dos solos e da água. Assim, o volume de água disponível para suprir necessidades de populações cada vez mais numerosas está diminuindo.

            O uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, assim como o despejo do esgotos domésticos e industriais sem tratamento, por exemplo, vem contaminando nascentes e rios, no campo e na cidade, tornando as águas impróprias para o consumo.

A disputa pela água



            Os recursos hídricos de rios, lagos e aquíferos subterrâneos são muitas vezes compartilhados por dois ou mais países.

            Atualmente, já existem áreas que enfrentam problemas de abastecimento, como ocorre entre o Egito e o Sudão, que compartilham as águas do rio Nilo, e entre Turquia, Iraque e Síria, que fazem uso das águas do rio Eufrates.

Em poucos anos, o controle da água pode ser se tornar uma das principais disputas entre povos e Estados.

 

O AQUECIMENTO GLOBAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

            Muitos cientistas afirmam que o aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa na atmosfera e estaria, portanto, atrelado às atividades humanas. O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém o planeta aquecido e gera as condições ideias para o desenvolvimento e a manutenção da vida no planeta.

            O aquecimento global acontece quando aumenta o percentual desses gases na atmosfera. Os gases de efeito estufa originam-se da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural; de queimadas; do desmatamento; assim como a decomposição da matéria orgânica. A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, como se fossem o vidro de uma estufa de plantas. A liberação de CFC na atmosfera também agrava o efeito estufa.

Consequências do aquecimento global


            Acredita-se que os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis: furações, ondas de calor, secas e enchentes estão mais frequentes e intensos. Um dos efeitos mais preocupantes é a elevação do nível dos oceanos, que ameaça várias cidades litorâneas e ilhas. Outra consequência dessas mudanças é a alteração da biodiversidade, com a possível extinção de várias espécies animais e vegetais.

 

CONFERENCIAS MUNDIAIS SOBRE O MEIO AMBIENTE


            Conscientes do graves danos ambientais que podem ocorrer com o aquecimento global, muitos países reuniram-se em conferências de âmbito mundial, organizadas pelas Nações Unidas, como a Rio -92, a Rio+10, a Rio + 20 e a Conferencia de Kyoto, par discutir o assunto e propor medidas a serem adotadas para reduzir as emissões dos gases estufa.

            A Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco 92) promoveu o debate sobre aliar o crescimento e o desenvolvimento socioeconômico à conservação dos recursos naturais. Como resultado, foram elaborados alguns documentos importantes, entre eles a Carta da Terra, as convenções sobre Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas, e a Agenda 21.

            Em 2002 aconteceu em Johanesburgo (África do Sul) a Conferencia das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10), com o intuito de avaliar os resultados da Rio -92 e renovar os compromissos  políticos, econômicos e sociais firmados no Rio de Janeiro dez anos antes.

            O encontro, no entanto, frustrou grande parte do mundo, pois não aprofundou questões vitais que ameaçam o meio ambiente e a qualidade de vida, deixando evidente que os interesses econômicos se sobrepõem à necessidade de conservar os recursos e a qualidade de vida na Terra.

            O desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza e a economia verde também foram temas da conferencia Rio + 20, realizada no Rio de Janeiro após 20 anos da Rio -92. Durante a conferencia, diversos movimentos sociais, inclusive de povos indígenas, protestaram em defesa do meio ambiente e das causas sociais.

Conferencia de Kyoto



            Várias conferencias foram feitas, sempre organizadas pelas nações Unidas. Uma delas das mais importantes foi a 3º Conferencia das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em 1997 na cidade japonesa de Kyoto. Os principais objetivos eram fixar compromissos de redução e limitação da emissão de gases de efeito estufa e promover a adoção de mecanismos de flexibilidade que propiciem aos países em desenvolvimento atingir os objetivos de redução desses gases.

            O protocolo de Kyoto é o tratado internacional que estipula reduções obrigatórias de emissões causadoras do efeito estufa. Os organizadores tiveram dificuldade para aprovar o protocolo porque, em 2001, os Estados Unidos e rejeitaram. O tratado só foi implementado depois que a Rússia, pressionada pela União Europeia, o assinou, garantindo o número mínimo de países para que ele pudesse vigorar.

            Pelo acordo, entre 2008 e 2012, os Estados desenvolvidos cortaram suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Os demais países reduziram suas emissões depois de 2012. O relatório do Painel intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 2014, confirmou o previsto: os avanços foram ínfimos e o acordo fracassou. As novas propostas de redução, previstas para ocorrer até o ano 2020, contaram com a adesão de poucos países.

COP

   Em 2015, em Paris, foi realizada a Conferencia das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP -21), com o objetivo de propor um novo acordo, mais flexível a todos os países.

            No documento assinado nessa conferencia, os países se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, buscando priorizar energia limpa, mas não estabelecem metas nem valores. Com propostas pouco claras e com ações voluntárias dos países, o encontro foi considerado um fracasso por muitos especialistas no assunto.

            A COP-22, realizada no ano seguinte, teve como objetivo iniciar a elaboração de regras para os países que aderiram à COP- 21. A COP-23, realizada em 2017, teve como foco a diversidade de iniciativas e compromissos, além de maior ambição nas propostas.

           

Atividade

 

1. Há uma grande discussão atualmente em voga para que as sociedades e os governos se conscientizem e diminuam a emissão dos gases do efeito estufa. Entre as práticas a seguir mencionadas, assinale aquela que pode ser considerada totalmente limpa no sentido de não emitir poluentes na atmosfera:

 

(A)  Produção de energia em hidroelétricas

(B) Utilização de fertilizantes na agricultura

(C)  Construção de aterros sanitários

(D) Atuação de usinas nucleares de energia

(E) Utilização de inseticidas na agricultura

 

Alternativa correta: letra D

 

O seu processo de produção não gera gases poluidores, como acontece com as termoelétricas, e não compromete a disponibilidade e a qualidade da água doce potável no país, uma vez que ela utiliza a água do mar em seu processo produtivo. Por causa de suas vantagens, a energia nuclear foi considerada a energia do futuro.

2. (UEA 2014) - A questão colocada em debate pela charge é:



           (A) o desenvolvimento que não pode ser alcançado com a presença de áreas verdes

(B) a falta de materiais de proteção individual para as pessoas próximas às caçambas

(C) o caráter efêmero das construções civis que um dia serão destruídas

(D) a situação precária dos trabalhadores ligados ao transporte de carga no Brasil

(E) o descarte irregular de lixo e os impactos ambientais e sociais implicados

 

Alternativa correta: letra E

 

O descarte irregular de lixo e os impactos ambientais e sociais implicados.

3. O crescimento precipitado das cidades em decorrência do acelerado desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XX produziu um espaço urbano cada vez mais fragmentado, caracterizado pelas desigualdades e segregação espacial, subemprego e submoradia, violência urbana e graves problemas ambientais.

 

Sobre os problemas socioambientais nos espaços urbano-industriais, é correto afirmar que:

 

(A) os resíduos domésticos e industriais aliados aos numerosos espaços marginalizados, problemas de transportes, poluição da água e do solo, bem como os conflitos sociais, são grandes desafios das cidades na atualidade.

(B) as ações antrópicas, em particular, as atividades ligadas ao desenvolvimento industrial e urbano, têm comprometido a qualidade das águas superficiais, sem, contudo, alcançar os depósitos subterrâneos.

(C) os conflitos sociais existentes no espaço urbano mundial estão associados à ampliação de políticas públicas para melhoria de infraestrutura que provocou o deslocamento de milhões de pessoas do campo para a cidade.

(D) a violência urbana, problema agravado nos últimos anos, está associada à má distribuição de renda, à livre comercialização de armas de fogo e à cultura armamentista existente na maioria dos países europeus.

(E) a chuva ácida ocorrida nos países ricos industrializados apresenta como consequências a destruição da cobertura vegetal e a alteração das águas, embora favoreça a fertilização dos solos agricultáveis.

Alternativa correta: letra A

O crescimento desordenado das cidades e a formação de inúmeras áreas periféricas e irregulares ocasiona, também, danos ambientais. O não tratamento da água, o direcionamento incorreto de esgotos domésticos e outros fatores geram a poluição dos solos e dos recursos hídricos.

4. Um dos eventos climáticos naturais que vêm sendo intensificados pelas práticas antrópicas, causando, assim, a problemática relacionada ao aquecimento global, é:

 

(A) a formação das ilhas de calor urbanas.

(B) a inversão térmica e concentração de poluentes.

(C) a manifestação do efeito estufa.

(D) o buraco na camada de ozônio.

(E) o recongelamento das calotas polares.

Alternativa correta: letra C

O efeito estufa é um acontecimento natural que garante a manutenção do calor no planeta, sem o qual não haveria vida. No entanto, a sua intensificação em razão dos poluentes emitidos pelas atividades humanas vem sendo um dos elementos causadores do aquecimento global.

 5. O efeito estufa, segundo as teorias mais aceitas pela comunidade científica, vem contribuindo para a elevação média das temperaturas no planeta. Esse fenômeno é um processo: 

(A) natural, porém intensificado pela ação humana.

(B) artificial, ou seja, resultado direto da interferência antrópica sobre o meio.

(C) recente, não havendo registros de sua existência em épocas geológicas antigas.

(D) natural, sem relação com as práticas sociais.

(E) Artificial criado pelo homem.

 

Alternativa correta: letra A

O efeito estufa é um processo importante para a existência da vida na Terra na forma em que a conhecemos. ... Nessa interação, os chamados gases de efeito estufa (GEE) absorvem a radiação solar e passam a emitir de volta para a superfície terrestre radiação infravermelha, ou, melhor dizendo, calor.

 

6. A respeito das metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as alternativas falsas.

 

 

O Protocolo propõe ações como o uso de fontes alternativas em substituição às fontes de energia convencionais, proteção das florestas e redução do desmatamento.

 

O Protocolo de Kyoto é um tratado mundial a respeito do clima e das mudanças climáticas provocadas pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa à atmosfera.

 

Aos países em desenvolvimento, foram estabelecidas metas e obrigações a fim de que sejam reduzidas as emissões de gases de efeito estufa.

 

Aos países industrializados, não foram estabelecidas metas, sendo assim, os esforços para redução das emissões serão voluntários.

 

Os estados Unidos o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto sob alegação de que as metas estabelecidas pelo acordo poderiam prejudicar a economia do país.

 

A sequência correta é:

 

(A) FFVVF

(B) VVFFV

(C) VFVFV

(D) FVFVF

(E) VFFVF

 

Alternativa correta: letra B

 

7.  (UEFS) Em Salvador e na região metropolitana, são descartados, por ano, cerca de dois milhões de toneladas de resíduos sólidos. Se não forem tomadas providências, em pouco tempo, os aterros sanitários não serão suficientes para manter tanto lixo.

 

Considerando-se a problemática do lixo das grandes regiões metropolitanas do país, entre as soluções corretas para reduzir o acúmulo desse material nos aterros sanitários, pode-se incluir

 

(A) a incineração de resíduos sólidos descartados nos aterros sanitários.

(B) o incentivo às cooperativas de catadores e aos artesões para transformar os resíduos sólidos em material reciclado.

(C) o reaproveitamento de resíduos com objetivo de requalificá-los e introduzi-los na economia.

(D) a ampliação de aterros sanitários para aproveitar a energia gerada na biodecomposição de resíduos sólidos.

(E) a modernização da frota de caminhões, que utilize óleo diesel isento de enxofre, para manter os grandes centros urbanos limpos.

 

Alternativa correta: letra

 

O reaproveitamento de resíduos com objetivo de requalificá-los e introduzi-los na economia.

 

Mirian de Oliveira Lira

Licenciada em Geografia

Pós graduada em educação ambiental e desenvolvimento sustentável 

 

           

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