Migração, urbanização e metropolização
O termo migração corresponde à mobilidade espacial da população. Migrar é trocar de país, de Estado, Região ou até de domicílio. Esse processo ocorre desde o início da história da humanidade. O ato de migrar faz do indivíduo um emigrante ou imigrante.
Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população
quanto em extensão territorial. É o processo em que o espaço rural
transforma-se em espaço urbano, com a consequente migração populacional do tipo
campo–cidade que, quando ocorre de forma intensa e acelerada, é chamada de
êxodo rural.
Metropolização é
o processo de crescimento urbano de uma cidade e sua constituição como
centralidade de uma região metropolitana, isto é, de uma área composta por
vários municípios que congregam a mesma dinâmica espaço-territorial.
A Urbanização no Brasil intensificou-se ao longo do século
XX, ocorrendo muito em virtude da industrialização do país – que se manifestou
de maneira tardia – e também pela mecanização do campo, que ocasionou o chamado
êxodo rural ou migração campo-cidade.
Uma das características desse processo é que, além de
ocorrer de forma acelerada, foi também extremamente concentrador, ou seja,
ocorreu através do inchaço de algumas poucas cidades – a maioria localizada na
região Sudeste do país. Como resultado dessa lógica, tivemos no Brasil a
formação das
metrópoles, grandes cidades com mais de 1 milhão de habitantes e que concentram
boa parte dos serviços, empregos e infraestruturas, fenômeno que passou a ser
chamado de metropolização.
As duas primeiras metrópoles no país foram São Paulo e Rio
de Janeiro, refletindo a concentração industrial, econômica e urbana da região
do Sudeste brasileiro que marcou a história do desenvolvimento nacional. Em
seguida, outras cidades do mesmo tipo emergiram, como Belo Horizonte, Recife e
Salvador.
Essas cidades, além de concentrarem as principais fontes de
capital, também compuseram em torno de si complexas aglomerações populacionais,
envolvendo várias cidades-satélites ao seu redor. A partir da década de 1970,
tais formações receberam o nome de Regiões Metropolitanas, que além
de integrarem espacialmente um conjunto de cidades a partir de uma metrópole,
também passaram a se “fundir” espacialmente, naquilo que se conhece por conurbação,
ou seja, duas ou mais cidades formando um mesmo espaço urbano.
Atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) reconhece um total de 26 regiões metropolitanas no país, que
reúnem mais de 75 milhões de habitantes, o que representa mais de 40% da
população brasileira.
A desmetropolização no Brasil
Atualmente, encontra-se em curso no Brasil o processo
de desmetropolização, que é a diminuição do crescimento das metrópoles em
benefício das cidades menores, sobretudo as cidades médias. Esse fenômeno está
acompanhado da desconcentração industrial, em que as grandes empresas e
fábricas – antes concentradas nos grandes centros urbanos – passam a se
deslocar para cidades menores em busca, principalmente, de menores
impostos (ou até a isenção de boa parte deles). Mas vale lembrar que esse
processo é lento e gradual, de modo que é errôneo dizer que as grandes cidades
não são mais industrializadas.
Mas isso não significa que as grandes cidades estejam
diminuindo o seu tamanho populacional, mas apenas recebendo menos migrantes e
crescendo demograficamente em uma velocidade muito menor. Além disso, no lugar
das grandes fábricas, as principais metrópoles passam a se especializar em
serviços do setor terciário e em abrigar centros administrativos e
tecnológicos. Portanto, em vez de perder a importância, cidades como São Paulo
e Rio de Janeiro vêm se transformando em verdadeiros centros de poder,
modernizando-se em uma velocidade maior do que o restante do país.
Os problemas da metropolização
Sabe-se que toda formação urbana ocorrida de forma rápida e
desordenada provoca várias convulsões sociais e problemas
econômico-estruturais. Nos séculos XVIII e XIX, as grandes cidades da Europa
conheceram o caos graças às elevadas taxas de concentração urbana e às péssimas
condições de trabalho às quais os trabalhadores (maioria da população) estavam
submetidos. A urbanização descontrolada e a falta de estrutura para a população
condicionam a formação do processo de macrocefalia urbana.
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