Divisão regional do Brasil

 Região e Regionalizar

Região: é uma área ou espaço que foi dividido obedecendo a um critério específico. Trata-se de uma elaboração racional humana para melhor compreender uma determinada área ou um aspecto dela. Assim, as regiões podem ser criadas para realizar estudos sobre as características gerais de um território (as regiões brasileiras, por exemplo) ou para entender determinados aspectos do espaço (as regiões geoeconômicas do Brasil para entender a economia brasileira). Eu posso criar minha própria região para a divisão de uma área a partir de suas práticas culturais ou por suas diferentes paisagens naturais, entre outros critérios.

Regionalizar é dividir ou classificar o espaço geográfico a partir de critérios específicos. Assim sendo, eu posso classificar qualquer porção do espaço em várias áreas conforme uma característica que eu tenha escolhido antes.

Se pensarmos bem, as regiões não existem de fato no espaço. Elas são apenas criações realizadas para organizarmos e estudarmos as características que marcam as sociedades e os lugares onde elas vivem. Regionalizar é, portanto, organizar o mundo e os diferentes locais em que vivemos.

O território do Brasil já passou por diversas divisões regionais. A primeira proposta de regionalização foi realizada em 1913 e depois dela outras propostas surgiram, tentando adaptar a divisão regional às características econômicas, culturais, físicas e sociais dos estados. A regionalização atual é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da Constituição de 1988. O órgão responsável pela divisão regional do Brasil é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Evolução histórica da divisão territorial do Brasil


A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913
, para ser utilizada no ensino de geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos – clima, vegetação e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental,Oriental, Meridional.

Em 1940, o IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país que, além dos aspectos físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. A região Norte era composta pelos estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste era composto por Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul.

Conforme a divisão regional de 1945, o Brasil possuía sete regiões: Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul. Na porção norte do Amazonas foi criado o território de Rio Branco, atual estado de Roraima; no norte do Pará foi criado o estado do Amapá. Mato Grosso perdeu uma porção a noroeste (batizado como território de Guaporé) e outra ao sul (chamado território de Ponta Porã). No Sul, Paraná e Santa Catariana foram cortados a oeste e o território de Iguaçu foi criado.

 Em 1950 os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos e os estados do Maranhão e do Piauí passaram a integrar a região Nordeste. Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro formavam a região Leste. Em 1960, Brasília foi criada e o Distrito Federal, capital do país, foi transferido do Sudeste para o Centro-Oeste. Em 1962, o Acre tornou-se estado autônomo e o território de Rio Branco ganhou o nome de Roraima.

Em 1970, o Brasil ganhou o desenho regional atual. Nasceu o Sudeste, com São Paulo e Rio de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. O Nordeste recebeu Bahia e Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido, pertencia ao Centro-Oeste. Mato Grosso foi dividido alguns anos depois, dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.

Configuração atual

Em 1990 com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que permanece até os dias atuais. O estado do Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados autônomos; Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a Pernambuco.

Características das regiões brasileiras

Região Norte é constituída por sete estados (Tocantins, Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre, e Rondônia). e é maior região do Brasil em extensão territorial do Brasil. Compreende uma área de 3.853.676,948 km, cerca de 45% do território nacional. Essa região apresenta a menor densidade demográfica do país, ou seja, o menor número de habitantes por quilômetro quadrado.

Região Nordeste é constituída por nove estados (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco , Alagoas, Sergipe, Bahia), sendo, portanto, a maior região em unidades federativas e a terceira maior região em extensão territorial. Compreende uma área de 1.544.291 km2, sendo a região com maior faixa litorânea do país. Com paisagens paradisíacas, o Nordeste brasileiro atrai milhares de turistas do mundo todo.

Região Sudeste é constituída por quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), sendo a segunda menor região em extensão territorial do país. Possui cerca de 924.620 km2, é a região mais populosa do Brasil e apresenta a maior densidade demográfica, 92,025 hab/km2.

Região Sul é constituída por três estados (  Paraná (PR), Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS)) e é a menor região do Brasil  em extensão territorial. Abrange uma área de 576.774 km2 e é considerada uma das regiões com características mais distintas de todo o resto do país. Isso deve-se principalmente ao contexto histórico no que diz respeito à colonização. Essa região foi colonizada especialmente por alemães e italianos.

Por Mirian de Oliveira Lira
Pós graduada  em Geografia



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