O TEMPO ATMOSFÉRICO E O CLIMA


 


            Basicamente, tempo corresponde ao estado atmosférico em um determinado local de forma momentânea. Sendo assim, o tempo está sujeito a diversas variações. Exemplificando: pela manhã, pode estar frio; no período da tarde, pode estar quente, havendo então uma mudança de temperatura em um curto espaço de tempo.

Essas mudanças não se limitam apenas à temperatura, mas podem acontecer também com relação à umidade do ar, à ocorrência ou não de chuvas etc. Fatores como pluviosidade (chuva), umidade relativa do ar, nuvens e radiação solar atuam diretamente nas condições atmosféricas de um determinado lugar, influenciando, então, o tempo.

Essas variações do tempo vivenciadas diariamente podem acentuar-se em algumas épocas do ano. Há momentos do ano em que os índices pluviométricos estão elevados, assim como há períodos em que não há chuva em alguns locais. Há períodos em que as temperaturas caem bruscamente, assim como também há dias de intenso calor.

Para caracterizar um clima, é necessária uma análise durante um longo período. Pode-se então dizer que o clima é um conjunto ou sucessão dos tipos de tempo e seus elementos. Esses tempos são observados ao longo das estações do ano em um determinado local, durante um período de aproximadamente 30 anos.

 AS MASSAS DE AR


 As massas de ar são grandes porções de ar que apresentam condições internas de temperatura, pressão e umidade relativamente homogêneas, influenciadas pela região onde são formadas.

O local de formação da massa de ar é denominado região de origem, é neste local que a massa de ar irá adquirir suas características de temperatura, pressão e umidade. Portanto, uma massa de ar que se forma sobre uma superfície gelada, como a Antártida, apresenta características típicas dessa região, ou seja, temperatura baixa, alta pressão e pouca umidade.

Ao se deslocarem, as massas de ar vão aos poucos, perdendo as suas características de temperatura, pressão e umidade originadas no momento de sua formação. Esse deslocamento ocorre sempre no sentido das altas pressões para as baixas pressões.

A troposfera (local de movimentação das massas de ar) não é uma camada homogênea. Nela, encontram-se basicamente três tipos distintos de massas de ar que se diferenciam conforme a latitude sobre a qual elas se formaram, podendo ser classificadas em equatorial, tropical ou polar. Dentre essa classificação, diferencia-se ainda em continental (formadas em áreas continentais) ou oceânica (formadas em áreas oceânicas).

Massas equatoriais – sua formação ocorre nas baixas latitudes, na região próxima da linha do Equador, entre 5° Norte e 5° Sul. Apresentam temperaturas elevadas, quando formadas em áreas oceânicas são úmidas; se formadas em regiões continentais, são menos úmidas.

Massas tropicais – suas regiões de origem são nas áreas próximas aos trópicos de Capricórnio e Câncer, entre as latitudes 25° e 30° tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul. São massas de ar bastante úmidas, no entanto, se formadas em áreas continentais, normalmente, são secas.

Massas polares – formam-se nas regiões próximas aos polos Sul e Norte, sempre em latitudes superiores a 50° e por esses aspectos, são extremamente frias. A polar continental é mais fria e mais seca; a oceânica é mais úmida.


A PREVISÃO DO TEMPO

Atualmente temos acesso a informações acerca do comportamento atmosférico através da previsão do tempo. Em decorrência das facilidades da telecomunicação temos contato por meio da televisão, jornais, rádio, internet entre outros. Se temos essas previsões é devido a meteorologia, que corresponde a uma ciência que tem como objeto de estudo a atmosfera e seus respectivos fenômenos.

O profissional que realiza tal estudo é o meteorologista, que a partir das análises de dados como a temperatura diária, umidade, pressão e ventos conseguem realizar um cruzamento de dados desses elementos e fazer a previsão do tempo e assim fornece informações dos dias que vão chover, fazer sol e qualquer outra variação climática.

A coleta das informações ou dados são feitas nas inúmeras estações meteorológicas dispersas em distintos lugares do mundo, esses são lugares específicos para realização da previsão do tempo onde estão instalados os aparelhos como termômetro (mede as temperaturas), anemômetro (mede a velocidade do vento), pluviômetro (mede quantidade de chuvas), higrômetros (mede a variação da umidade relativa do ar) e barômetro.

Além das estações meteorológicas esses aparelhos são instalados também em navios, aviões e balões-sondas que registram todas as condições do tempo atmosférico nos continentes, oceanos e em grandes altitudes.

Para realização das previsões utilizam-se também satélites, esses enviam informações mais precisas uma vez que tem uma visão dos deslocamentos das massas de ar. A partir de todas as informações os meteorologistas concebem a previsão do tempo e fornecem para os meios de comunicação.

Aparentemente a previsão do tempo não tem muita importância, no entanto, esse trabalho é relevante para a sociedade em suas atividades econômicas ou mesmo no cotidiano das pessoas.

Na agricultura a previsão do tempo é utilizada para o planejamento do plantio e colheita de lavoura e também para prevenir contra a chegada de geadas, granizo e secas.

Em lugares que ocorrem fenômenos de maior magnitude como furacões, enchentes os serviços meteorológicos permite a retirada de pessoas e antecipar os possíveis contratempos. Outra finalidade desse tipo de serviço é de auxiliar o transporte aéreo e marítimo em suas respectivas trajetórias evitando acidentes.

O CLIMA

Como um elemento da atmosfera, o clima está em constante interação com os elementos e fenômenos da hidrosfera, da atmosfera e da biosfera, alterando e sendo alterado por esses diversos componentes.

Existem inúmeros fatores climáticos responsáveis pela forma dinâmica com que o clima se expressa. As inúmeras combinações dos fenômenos constituem a existência de uma ampla gama de conjuntos climáticos sobre a Terra, havendo regiões mais úmidas, porém quentes, e aquelas secas ou frias, além de muitas outras.

Dentre os mais importantes fatores climáticos, podemos citar as variações de latitude, a altitude, a continentalidade ou maritimidade, as massas de ar, os oceanos e muitos outros. Eles influenciam e são influenciados pelas condições de temperatura, pressão atmosférica, umidade do ar e as precipitações.

A formação do clima

Elementos do clima

 

       

     O clima é formado pela combinação dos elementos climáticos e dos fatores geográficos que atuam em uma região. Os principais elementos climáticos são:

Ø  Radiação climática, em linhas gerais, pode ser definida como todo o calor recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe a influência dos seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o calor já existente. A radiação solar manifesta-se em diferentes tons de intensidade ao longo do planeta, o que contribui para a formação das chamadas zonas térmicas ou climáticas da Terra.

Ø  temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em graus celsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K).

Ø  pressão atmosférica: é o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície, pois, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ar possui massa e, consequentemente, peso. A pressão atmosférica costuma ser medida em milibares (mb).

Ø  umidade: é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na atmosfera. Temos, assim, a umidade absoluta (quantidade total de água na atmosfera) e a umidade relativa do ar (quantidade de água na atmosfera em relação ao total necessário para haver chuva).


Fatores Climáticos
 

Ø  latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra. Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as temperaturas tendem a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direcionamos rumo às zonas polares (altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas.

Ø  altitude: em regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do fato de a irradiação também ser mais diminuta. Assim a temperatura costuma ser inferior, o que nos faz concluir que quanto maior a altitude, menores as temperaturas e, quanto mais próximo ao nível do mar, maiores as temperaturas. Regiões mais altas costumam ser mais fria

Ø  maritimidade ou continentalidade: são termos que designam, respectivamente, a proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental, o que interfere diretamente sobre o clima. Isso ocorre porque o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas.

Ø  massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características para o clima dos locais por onde passam. Massas de ar frio e úmido, por exemplo, são responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a umidade. O encontro entre duas massas diferentes forma as frentes de ar.

Ø  vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação da umidade por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e elevar os índices de chuva.

Ø  relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até desérticas.

Ø  correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influenciando diretamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as correntes são mais frias, a umidade local diminui e a pressão atmosférica e a umidade passam a ser menores, o que faz com que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras localidades, que passam a sofrer alterações em seus climas.

Além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor, inversão térmica e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados.



OS CLIMAS DAS TERRA

 


Clima Equatorial:
Presente nas zonas tropicais (Amazônia, África e Indonésia), próximas à Linha do Equador. Apresenta temperaturas elevadas, com médias anuais em torno de 25°C, pequena amplitude térmica (diferença entre a maior temperatura registrada e a menor) e muita umidade, com médias pluviométricas superiores a 2.000 milímetros por ano.

Clima Tropical: Ocorre na maior parte das regiões localizadas entre os trópicos de Capricórnio e de Câncer. Apresenta elevadas temperaturas, com médias anuais em torno de 20ºC, e duas estações bem definidas: uma quente e úmida (verão) e outra mais fria e seca (inverno). A quantidade de umidade varia conforme a sua localização. Regiões tropicais próximas ao litoral, que são influenciadas pela maritimidade, são mais úmidas do que as regiões localizadas no interior do continente, que são influenciadas pela continentalidade. Assim, as médias de pluviosidade variam entre 1.000 e 2.000 por ano e dependem da região em que se encontram. Em virtude dessa variação de umidade, o clima tropical pode ser dividido em: Clima tropical úmido ou litorâneo e Clima tropical continental ou clima tropical típico. As áreas mais elevadas do clima tropical apresentam temperaturas mais amenas em razão da variação de altitude, o que configura o clima tropical de altitude.

Clima Temperado: Presente em áreas de médias altitudes, é o único tipo de clima que possui as quatro estações bem definidas: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Possui temperaturas mais amenas, com médias anuais que variam em torno de 8ºC e 15ºC, e umidade que varia de acordo com a sua localização (quanto mais próximo ao litoral, mais úmido). Esse tipo de clima é dividido em: 1) Clima temperado oceânico - É um clima mais úmido e que apresenta invernos menos rigorosos em virtude da influência da umidade oceânica. Como a água demora mais tempo para se resfriar, ela mantém a temperatura atmosférica por mais tempo, diminuindo, assim, a amplitude térmica entre o verão e o inverno. 2) Clima temperado continental - como não é influenciado pela umidade oceânica, é mais seco e apresenta invernos mais rigorosos.

Subtropical: Presente em áreas de transição entre o clima tropical e o clima temperado. Apresenta temperaturas mais amenas e grande amplitude térmica anual, com temperaturas negativas no inverno e acima dos 30ºC no verão. As estações do ano, apesar de não serem tão bem definidas como as do clima temperado, já começam a se delinear. As chuvas são bem destribuídas durante o ano e apresentam maior ocorrência durante o verão.

Mediterrâneo: Ocorre, principalmente, nas regiões próximas ao Mar Mediterrâneo. Aprensenta duas estações bem definidas: verão (quente e seco) e inverno (chuvoso e menos quente). As médias de temperatura assemelham-se muito às do clima tropical, mas a quantidade de chuvas é ligeiramente menor no clima mediterrâneo.

Frio (subpolar): Presente nas regiões temperadas mais próximas aos polos e apresenta duas estações bem definidas: Verão fresco, com temperaturas em torno de 10º C, e inverno bastante rigoroso, com temperaturas negativas. O índice pluviomético varia entre 100 e 1000 milímetros, sendo comum a precipitação em forma de flocos de neve durante o inverno.

Frio de Montanha: Ocorre em regiões com grandes cadeias de montanhas, como os Andes, Himalaia, as Montanhas Rochosas e os Alpes. Caracteriza-se pelas baixas altitudes, com uma grande variação de temperatura conforme a altitude (quanto maior a altitude, menor a temperatura), e a presença de neves eternas (que nunca derretem).

Polar ou Glacial: Ocorre nas zonas polares ou em latitudes muito elevadas, próximas aos polos norte e sul. Apresenta temperaturas baixas durante o ano todo, com médias anuais próximas a -30º C, uma grande variação na duração do dia e da noite e baixa umidade, com um índice pluviométrico de menos de 200 milímetros anuais.

Desértico: Presente tanto em regiões temperadas quanto em regiões tropicais (norte da África, Oriente Médio, oeste dos Estados Unidos, norte do México, litoral do Chile e do Peru, Austrália e noroeste da Índia), geralmente em regiões de depressões. Apresenta uma grande amplitude térmica durante o dia (com temperaturas próximas aos 50ºC durante o dia e temperaturas negativas durante a noite), baixa umidade, chuvas escassas e irregulares e índices pluviométricos inferiores a 250 mm por ano.

Semiárido: Localiza-se nas bordas dos desertos da América do Norte, América do Sul, Austrália, África e na região Nordeste do Brasil, que, embora não esteja próxima a um deserto, também possui esse tipo de clima em virtude da baixa umidade existente na região.  O semiárido caracteriza-se pela presença de altas temperaturas, com médias anuais em torno de 27º C, baixa umidade, chuvas escassas e irregulares e médias pluviométricas que variam em torno de 300 a 800 milímetros por ano.

 

Professora: Mirian de Oliveira Lira

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