PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO ESPAÇO RURAL
O espaço rural envolve todo o espaço não constituído por cidades. Ele está ligado a práticas agrárias e não agrárias.
O espaço rural é constituído pelas áreas não urbanas. São
espaços não ocupados por cidades ou adensamentos populacionais. A maior parte
das atividades produtivas típicas desse espaço está relacionada com a
agricultura, pecuária e extrativismo.
Para compreender melhor a amplitude conceitual que envolve o
espaço rural, é preciso distinguir as expressões rural e agrário. Nem sempre as
atividades realizadas no meio rural são agrárias. É cada vez mais comum a
utilização do espaço rural para atividades turísticas, esportivas, áreas de
preservação ambiental, spas, clínicas, centros de pesquisa, entre outros, que
não estão vinculadas a atividades agrárias.
Agricultura familiar é o cultivo da terra
realizado por pequenos proprietários rurais, tendo como mão de obra,
essencialmente, o núcleo familiar ― em contraste com a agricultura patronal,
que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades
médias ou grandes.
Agronegócio é a junção de inúmeras
atividades que envolvem de forma direta ou indireta, toda a cadeia produtiva
agrícola ou pecuária.
A balança comercial das exportações brasileiras do
agronegócio somou US$ 100,81 bilhões em 2020, um crescimento de 4,1% na
comparação com 2019. Já as importações de produtos do agronegócio apresentaram
queda de 5,2%, chegando a US$ 13,05 bilhões. O aumento das exportações e queda
das importações resultou em um saldo superavitário de US$ 87,76 bilhões para o
setor. Os dados são do boletim da Secretaria de Comércio e Relações
Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Fronteira agrícola é uma expressão utilizada
para designar as áreas de avanços da ocupação de terras para a realização de
práticas agropecuárias. No caso do território brasileiro, ela existe desde os
tempos coloniais, quando se iniciou o avanço territorial sobre a faixa da Mata
Atlântica para a implantação de práticas monocultoras.
Ao longo da história brasileira, a fronteira agrícola já passou por diversos estágios. Depois da ocupação da Mata Atlântica, ela disseminou-se no Sul do país e, mais recentemente, ocupou toda a região correspondente ao Cerrado brasileiro. Atualmente, ela encontra-se em ampla expansão em direção à Floresta Amazônica.
TERRAS
INDÍGENAS
A exclusão dos indígenas na distribuição de terras no Brasil tem sido uma realidade. Muitas comunidades, em especial no Centro- Oeste, disputam com grandes empresários rurais terras que são suas por direito. Essa questão envolve conflitos armados, que ocasionam a morte de muitos indígenas devido à resistência de latifundiários à demarcação das Terras Indígenas. De um lado, há grupos indígenas acuados pela expansão dos latifundiários e do agronegócio; de outro, latifundiários que não admitem perder parte das terras que ocuparam.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) considera Terras Indígenas “uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas, por ele(s) utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem -estar e necessário á sua reprodução física, segundo seus usos, costumes e tradições”.
MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO
Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o
campesinato, isto é, os trabalhadores rurais. Entre as suas principais
bandeiras de luta estão a reforma agrária, a melhoria das condições de trabalho
e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no meio
agropecuário.
Apesar de haver as mais variadas siglas, os movimentos
sociais do campo constituíram-se, historicamente, a partir de duas principais
frentes: as Ligas Camponesas, entre as décadas de 1940 e 1960, e o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na década de 1980.
As Ligas Camponesas surgiram após o final da ditadura militar
do Governo Vargas e estruturaram-se com bases e orientações do PCB – Partido
Comunista Brasileiro. Porém, foi somente durante a década de 1950 que as Ligas
conseguiram uma integração que envolveu quase a totalidade do país, através das
organizações ou ligas regionais. No entanto, com o golpe militar de 1964, as
Ligas Camponesas foram extintas pelo poder da repressão ditatorial.
Em 1984, durante o período da redemocratização, os
trabalhadores rurais novamente se organizaram e fundaram o MST, durante o
primeiro congresso nacional do movimento, realizado na cidade de Cascavel, no
Paraná. Em sua agenda de lutas estão: a reforma agrária, a luta pela terra e a
transformação social.
Desde a sua fundação, o MST atua através da ocupação de
grandes latifúndios e terras improdutivas, construindo assentamentos. Porém, é
importante observar que esse é apenas o seu método de ação, e não o seu
objetivo final. Após a ocupação, o movimento realiza pressão para que o Estado
ofereça condições de infraestrutura básica como rede elétrica e outros.
Durante as ocupações, o MST costuma oferecer apoio às famílias, com a criação de escolas e cursos de formação política e de técnicas de cultivo e agricultura familiar, estimulando a organização dos pequenos produtores rurais em cooperativas.
MODERNIZAÇÃO
DO MEIO RURAL
A modernização que gradativamente alcança o espaço rural é
resultado da intensificação de capital empregado na produção rural sob a forma
de máquinas, defensivos químicos, engenharia genética, serviços meteorológicos,
além de avançadas técnicas de irrigação, manejo de animais, preparação do solo
e assessoria tecnológica e financeira. Dessas transformações surge a categoria
de empresas rurais, que em quase nada se assemelham às práticas que remontam ao
surgimento das primeiras atividades agrícolas.
As modificações ocorridas no meio rural não trazem apenas benefícios. É crescente a preocupação sobre os impactos dessas atividades na saúde e bem-estar das pessoas, bem como os danos causados ao meio ambiente.
Novas questões do espaço rural
A modernização das atividades agrícolas trouxe novas questões que são objeto de análise e preocupação. As transformações ocorridas no espaço rural trouxe consequências como:
Ø a
elevação dos níveis de endividamento dos agricultores;
Ø a
diminuição da biodiversidade;
Ø o
êxodo rural provocado pela redução da mão de obra no campo;
Ø poluição do solo causada pelo uso de fertilizantes.
Além das consequências citadas, a modernização do campo não
solucionou o problema da fome mundial, pois grande parte da produção agrícola modernizada
é destinada a abastecer os países ricos industrializados.
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