População rural e urbana mundial


Urbanização é o crescimento das cidades, tanto em população quanto em extensão territorial. É o processo em que o espaço rural transforma-se em espaço urbano, com a consequente migração populacional do tipo campo–cidade que, quando ocorre de forma intensa e acelerada, é chamada de êxodo rural.

Espaço urbano e espaço rural

Em termos de área territorial, no mundo atual, o espaço rural é bem mais amplo do que o espaço urbano. Isso ocorre porque o primeiro exige um maior espaço para as práticas nele desenvolvidas, como a agropecuária, o extrativismo mineral e vegetal, além da delimitação de áreas de preservação ambiental e florestas em geral.

No entanto, em termos populacionais e em atividades produtivas no contexto econômico e capitalista, a cidade, atualmente, vem sobrepondo-se ao campo. Caso tenha mais interesse nesse tema, leia nosso texto: espaço urbano e espaço rural.

A população mundial se distribui em domicílios rurais (campo) e urbano (cidades). A revolução industrial, na cidade, na metade do século XVIII, foi o principal fator do grande aumento da população das cidades em relação ao campo. Em termos globais, a população urbana demorou a ultrapassar a população rural, mesmo tendo atingido altos índices em vários países. Alguns países, como Mônaco, Cingapura, Ilhas Bermuda, Gibraltar, Hon Kong Ilhas Caimão   Vaticano, Macau, Nauru e São Martinho

 são formados por uma só cidade e apresentam 100% de população urbana.

 

População rural e urbana no Brasil

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015 a maior parte da população brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas. Já 15,28% dos brasileiros vivem em áreas rurais.

 

A Grande Região com maior percentual de população urbana é o Sudeste, com 93,14% das pessoas vivendo em áreas urbanas. A Região Nordeste é a que conta com o maior percentual de habitantes vivendo em áreas rurais, 26,88%.

Nas décadas de 1970 e 1980 o Brasil sofreu um intenso processo de êxodo rural. A mecanização da produção agrícola expulsou trabalhadores do campo que se deslocaram para as cidades em busca de oportunidades de trabalho. Hoje, o deslocamento do campo para a cidade continua, porém, em percentuais menores.

 

O intenso processo de urbanização no Brasil gerou o fenômeno da metropolização (ocupação urbana que ultrapassa os limites das cidades) e, consequentemente, o desenvolvimento de grandes centros metropolitanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Manaus, entre outros.

A relação campo cidade

Enquanto cidade e campo são formas concretas, materialização de um modo de vida, urbano e rural são representações sociais. Historicamente a relação entre cidade e campo é vista por meio da divisão do trabalho em: intelectual e manual, de modo que na cidade é beneficiado o produto oriundo do campo. Como cidade no Brasil entendem-se os perímetros urbanos das sedes municipais, territórios e populações considerados urbanizados. A cidade é o centro da organização social e econômica, portanto, nela estão concentrados os principais serviços e produtos que são consumidos tanto pela população da própria cidade, quanto pela população do campo, a qual não consegue produzir tudo aquilo de que necessita.

O que muda no atual processo de urbanização capitalista, que se intensificou a partir do século XVIII, é que agora é o campo quem passa a ser dependente da cidade, pois é nela que as lógicas econômico-sociais que estruturam o meio rural são definidas.

O processo de urbanização no contexto do período industrial estrutura-se com base em dois tipos de causas: os fatores atrativos e os fatores repulsivos.

Fatores atrativos: Como o próprio nome sugere, são aqueles em que a urbanização ocorre devido às condições estruturais oferecidas pelo espaço das cidades, o maior deles é a industrialização.

Esse processo é característico dos países desenvolvidos, onde o processo de urbanização ocorreu primeiramente. Cidades como Londres e Nova York tornaram-se predominantemente urbanas a partir da década de 1900, início do século XX, em razão da quantidade de empregos e das condições de moradias oferecidas (embora, em um primeiro momento, a maior parte dessas moradias fosse precária em comparação aos padrões de desenvolvimento atual dessas cidades).

Fatores repulsivos: são aqueles em que a urbanização ocorre não em função das vantagens produtivas das cidades, mas graças a essa espécie de expulsão da população do campo para os centros urbanos. Esse processo ocorre, em geral, pela modernização do campo, que propiciou a substituição do homem pela máquina, e pelo processo de concentração fundiária, que deixou a maior parte das quantidades de terras nas mãos de poucos latifundiários.

Esse fenômeno é característico dos países subdesenvolvidos e é marcado pela elevada velocidade em que o êxodo rural aconteceu, bem como pela concentração da população nas metrópoles (metropolização). Tais cidades não conseguem absorver esse quantitativo populacional, propiciando a formação de favelas e habitações irregulares, geralmente precarizadas e sem infraestrutura.

Atividade

1.    Sobre o espaço urbano brasileiro, assinale a alternativa correta:

 

(A)  as regiões Sul e Nordeste, embora menos povoadas, apresentam as maiores taxas de urbanização.

(B)  com exceção das cidades de Brasília, Goiânia e Cuiabá, o Centro-Oeste brasileiro apresenta uma espacialidade urbana quase nula.

(C)  a concentração de habitantes no Sudeste, resultando na formação de grandes cidades nessa região, emergiu como uma reprodução da concentração econômica do país.

(D) o espaço urbano brasileiro, embora não homogêneo, apresenta uma distribuição relativamente igualitária ao longo do território.

(E) o número de cidades brasileiras com mais de dez milhões de habitantes vem diminuindo em razão do processo de desmetropolização.

Alternativa correta: letra C

O Sudeste, mais povoado e urbanizado, assim o é em razão da histórica concentração produtiva e econômica do Brasil em relação a essa região.

2.    Nos países industrializados, a migração campo-cidade tem como causa fundamental:

 

(A)  carência de melhores condições sociais no campo.

(B)  baixa produtividade agrícola.

(C) pressão demográfica no campo.

(D) dificuldade de aquisição de terras.

(E) substituição de mão de obra pela mecanização.

Alternativa correta: letra E

A intensa mecanização das atividades agrícolas substitui maciçamente os trabalhadores rurais, pois aumenta a produtividade e gera menos gastos, ou seja, os proprietários obtêm maior lucratividade.

 

3.    Em relação a população mundial marque nas alternativas a seguir aquela que apresenta três países com 100% de sua população vivendo na área urbana.

 

(A) Inglaterra, Mônaco e México

(B) Vaticano, Hon Kong e Macau

(C) Cingapura, Estados Unidos e China

(D)  Ilhas Caimão, Coreia do Sul e Nauru

(E)  Índia, Paquistão e Líbano

 

Alternativa correta: letra B

Vaticano, Hon Kong e Macau são países que possui 100% de sua população vivendo na zona urbana.

 

4.    O conceito de êxodo rural pode ser definido como:

 

(A) conjunto de investimentos realizados pelo governo federal na zona rural do Brasil no século XX.

(B) conjunto de técnicas e insumos usados no espaço agrário para promover a revolução verde no Brasil.

(C) política de governo oficial que incentivava a migração do campo para a cidade em busca de promover a urbanização e a industrialização do país.

(D) política de governo que incentivava a diminuição da taxa de natalidade no campo visando diminuir a quantidade de pessoas residentes no campo e aumentar a população urbana.

(E) deslocamento em massa da população do campo para as cidades, que ocorreu no Brasil a partir da década de 1960.

 

Alternativa correta: letra E

Êxodo rural pode ser definido como o deslocamento em massa da população do campo para as cidades. No Brasil, ele ocorreu a partir da década de 1960, influenciando o processo de urbanização e industrialização do país.

5.    O êxodo rural no Brasil foi mais intenso entre as décadas de 1960 e 1980, período em que também se acentuou o processo de urbanização no país. Dentre as principais causas do êxodo rural no Brasil, podemos destacar:

 

(A)  a mecanização do campo, que substituiu a mão de obra humana por máquinas, forçando a migração do trabalhador do campo para as cidades.

(B)  a política de governo implantada na ditadura militar, que incentivava a ida das pessoas para as cidades a fim de facilitar o controle social pelo Estado.

(C) a grande quantidade de pragas na lavoura, que impossibilitava o cultivo de praticamente todos os tipos de gêneros agrícolas.

(D) a grande quantidade de eventos sociais nas cidades, que atraia os jovens para as grandes cidades e que acabavam preferindo morar nelas.

(E) a grande quantidade de pessoas vivendo no campo, que diminuía a oferta de trabalhos disponíveis e incentivava a migração dos trabalhadores para as cidades em busca de trabalho.

Alternativa correta: letra A

Uma das principais causas da migração do campo para as cidades foi a mecanização do campo, ou seja, a introdução de máquinas no processo produtivo agrário que substituía o trabalhador rural, aumentando a produtividade por um valor que, ao longo do tempo, tornava-se menor do que manter um funcionário.

6.    Dentre as diversas consequências do Êxodo rural para o Brasil, podemos citar:

 

(A) a desaceleração do processo de urbanização.

(B) a aumento dos índices de desemprego no Brasil.

(C) o aumento da quantidade de trabalhadores rurais.

(D) a diminuição dos problemas agrários no campo.

(E) o aumento de propriedades rurais disponíveis para a venda.

 

Alternativa correta: letra B

Além do aceleramento do processo de urbanização, com a formação de favelas, o êxodo rural brasileiro contribuiu para o aumento do índice de desemprego brasileiro, pois os trabalhadores que saíam do campo para as cidades na maioria das vezes não tinham a qualificação profissional exigida para atuar nas indústrias e postos de trabalho na cidade, aumentando assim a quantidade de desempregados nos centros urbanos.

 

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